A Fibria, maior produtora de celulose do mundo, encerrou o quarto trimestre com lucro líquido praticamente em linha com o esperado pelo mercado, impulsionado por preços maiores de celulose e melhor resultado financeiro na comparação com o mesmo período de 2009.

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Para 2011, a companhia estima um cenário internacional de demanda e preços "regularizado", com produção da empresa praticamente estável na comparação com o ano anterior.

"A demanda na Ásia tem subido desde o final do ano passado. Na Europa, apesar das complicações de Portugal, Grécia, Espanha, a demanda está bem regularizada e nos Estados Unidos está tranquilo", afirmou o presidente da Fibria, Carlos Aguiar, em teleconferência com jornalistas. "Em 2011 vamos ter regularidade de preços e demanda (...) O nível de produção será semelhante ao do ano passado", disse o executivo.

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Em janeiro, a empresa manteve o mesmo preço da celulose de mercado do mês anterior, que caiu de 870 para 850 dólares a tonelada. "O mercado agora está retornando com um pouco mais de volume em relação ao início do ano passado", disse o vice-presidente de finanças da Fibria, João Elek.

Segundo ele, a Fibria está cumprindo o cronograma de pagamento de dívida da antiga Aracruz. No início de janeiro, a empresa pagou 856 milhões de reais e a última parcela pendente será quitada no início de julho, no valor de cerca de 600 milhões de reais.

A companhia teve lucro líquido de 162 milhões de reais no quarto trimestre, um salto sobre o ganho de 35 milhões de reais de um ano antes. Analistas consultados pela Reuters esperavam, em média, lucro líquido de 161,6 milhões de reais.

Segundo a empresa, entre os motivos para a melhora no resultado na comparação anual foi uma alta de 20 por cento no preço médio líquido da celulose em reais e um resultado financeiro que passou de 157 milhões de reais negativos no final de 2009 para ganho de 44 milhões de reais nos três meses encerrados em dezembro do ano passado.

Na comparação com o terceiro trimestre, porém, a empresa, que exporta praticamente tudo o que produz, sofreu uma queda de 46 por cento no lucro líquido, por preço menor da celulose em reais, menor variação cambial e queda no resultado financeiro.

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No ano, o lucro somou 603 milhões de reais, queda de 77 por cento sobre 2009.

Crescimento de margem

A geração ajustada de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) nos três últimos meses de 2010 somou 665 milhões de reais, alta de 32 por cento sobre um ano antes. A margem no período passou de 30 para 38 por cento.

A Fibria produziu um volume de 1,375 milhão de toneladas de celulose no quarto trimestre, queda ligeira de 1 por cento na comparação anual e crescimento de 3 por cento sobre o terceiro trimestre do ano passado. O custo caixa de produção foi de 430 reais por tonelada, queda anual de 5 por cento.

Segundo Elek, a Fibria encerrou dezembro com volume de celulose suficiente para 48 dias de vendas, dentro da faixa histórica de 48 a 50 dias. Em dezembro de 2009, o estoque da empresa era de 37 dias. "Operar abaixo disso (48 dias), como fizemos em outros trimestres, é desconfortável para nossa área comercial", comentou.

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As vendas de celulose somaram 1,291 milhão de toneladas, queda de 12 por cento sobre o quarto trimestre de 2009 e alta de 8 por cento em relação ao terceiro de 2010.

Apesar da queda nas vendas em volume de celulose, a receita líquida da produtora encerrou os três meses terminados em dezembro em 1,769 bilhão de reais, alta de 4 por cento sobre um ano antes.

A Fibria terminou 2010 com dívida líquida de 9,852 bilhões de reais, queda em relação aos 11 bilhões de reais de 2009. Com isso, a relação de caixa medida pelo Ebitda ficou 3,6 vezes no trimestre passado ante 6,5 vezes no quarto trimestre de 2009.

Elek comentou que a empresa mantém política de alongar o perfil de endividamento e que poderá, eventualmente, fazer emissão de dívida "se houve oportunidade, sempre com intenção de alongar".

A empresa prevê investir 1,64 bilhão de reais este ano após 1,07 bilhão em 2010. Do total orçado para 2011, 670 milhões de reais serão aplicados em renovação de florestas.

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