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 | Gelson Bampi/Agência Fiep
| Foto: Gelson Bampi/Agência Fiep

A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e diversas entidades empresariais e sindicais se reuniram na manhã desta quinta-feira (17) para discutir sobre a crise política que assola o país. No encontro, que contou com a participação de cerca de cem lideranças, a entidade formalizou o apoio ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, à não permanência do ex-presidente Lula no cargo de ministro da Casa Civil e ao combate à corrupção em todos os níveis.

“É praticamente unânime a indignação com o que estamos presenciando no país em ordem política, ética, de valores e, em especial, em relação à corrupção. Saímos daqui com uma clara manifestação de que não concordamos com a nomeação do ex-presidente Lula para ocupar uma pasta de ministério, pois está muito claro que o objetivo disso é, justamente, obstruir o trabalho da Justiça”, afirmou o presidente da Fiep, Edson Campagnolo.

Para manifestar esta insatisfação, a Fiep informou que irá preparar um manifesto para ser divulgado na mídia e entregue aos 30 parlamentares paranaenses, em Brasília. “Todos foram solidários aqui e apoiam que o impeachment seja conduzido de forma legal, atendendo à Constituição. Declaramos o apoio para que o processo vá a termo e que a presidente Dilma tome a iniciativa de demissão voluntária, colocando o cargo à disposição para o bem nacional. Do contrário, estaremos apoiando dentro do Congresso a derruba da presidência diante dos últimos acontecimentos”, declarou.

Campagnolo disse, ainda, que não acredita no argumento de que a nomeação do presidente Lula teria alguma relação com a tentativa do governo de colocar a economia nos eixos. “Pelas últimas informações veiculadas, temos a demonstração de que o ex-presidente cometeu inúmeros ilícitos, e, se até o presente momento não havia sido chamado para contribuir, está claro que este é um subterfúgio”, pontuou.

Lideranças

O presidente do Instituto dos Advogados do Paraná, José Lúcio Glomb, avaliou como dramática a situação do país e disse acreditar que, sem a união de diferentes lideranças, tal situação não terá uma solução. “Estamos em um país onde a presidente faz a nomeação de um ex-presidente investigado, o que não é bom para a democracia, constituindo, possivelmente, uma obstrução à Justiça. A grande maioria dos brasileiros não suporta mais esta situação, então a reunião de diversos segmentos busca que ela tenha uma solução pacífica, dentro da lei e das ordens. Mas, sem pressão, acredito que isto não irá acontecer”, avaliou.

A secretária-geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Iara Freire, também manifestou seu apoio e disse ser este o primeiro passo para que se busque a melhoria do país, que está “desacreditado por conta da corrupção institucionalizada”. “Trabalhadores e empresários dependem um do outro. Infelizmente, os trabalhadores estão pagando a conta do que o país está vivendo. No que pudermos contribuir nesta luta, pelos direitos dos trabalhadores e pela geração de empregos, estaremos presentes”, disse. A secretária afirmou, ainda, que a entidade deverá assinar o manifesto que será apresentado pela Fiep, desde que sejam respeitadas as instituições e a legalidade.

O arcebispo de Curitiba, dom José Antônio Peruzzo, também participou da reunião e avaliou como grave a situação do país. Para ele, este não é o momento de combater adversários, mas sim de buscar o que é melhor para a nação. “Não me parece que nestes últimos dias os caminhos em benefício do futuro do país tenham sido a grande inspiração das escolhas e opções. O grande problema de fundo é a corrupção, que é filha de falta de valores éticos”, ponderou.

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