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Fila de caminhões que seguem para o Porto de Paranaguá chegou a 39 quilômetros na noite desta quinta-feira (26) | Daniel Castellano / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Fila de caminhões que seguem para o Porto de Paranaguá chegou a 39 quilômetros na noite desta quinta-feira (26)| Foto: Daniel Castellano / Agência de Notícias Gazeta do Povo

O fim da safra está causando problemas para o Porto de Paranaguá. Como toda a safra já foi colhida, ela precisa ser escoada, revelando as falhas estruturais do terminal. Desde o início desta semana, os caminhões formam filas ao longo das rodovias BR-277 e BR-116, já que não há espaço suficiente no pátio do porto. Nesta quinta-feira (28), a fila chegou a 39 quilômetros no início da noite. Os navios, por sua vez, também têm dificuldades para serem carregados, já que a chuva impede a operação. Três navios estavam ancorados no corredor de exportação para receber soja e farelo e outro, que receberia farelo, estava atracado em outro berço. Outras 21 embarcações aguardavam ao largo para poderem atracar.

Pelo segundo dia consecutivo, a fila de caminhões que seguiam para o porto pela BR-277 alcançava o Contorno Leste, trecho da BR-116 em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Por volta das 19h35 desta quinta-feira (28), o congestionamento chegava a 39 quilômetros.

Os caminhões estavam estacionados do quilômetro 3 ao 18 da BR-277, em Paranaguá, no sentido Curitiba-Litoral, e depois do 61 ao 70, em São José do Pinhais. A ligação entre as duas rodovias ocorre no quilômetro 70 da BR-277. A fila no Contorno Leste seguia do quilômetro 93 ao 107, em São José dos Pinhais, no sentido Fazenda Rio Grande-Curitiba, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O caminhoneiro Onofre Hopko, de 52 anos, saiu de Roncador, na região central do estado, com o caminhão carregado de soja rumo ao Porto de Paranaguá. Ele chegou ao Contorno Leste por volta das 9 horas da manhã desta quinta e em sete horas e meia havia andado apenas três quilômetros e estava longe da conexão com a BR-277. Ele, que trabalha com transporte de cargas há 30 anos, diz que nunca havia enfrentado tantos problemas com filas como neste ano. Hopko também reclama da falta de estrutura oferecida aos caminhoneiros, que não recebem nenhum tipo de apoio enquanto estão na fila.

Infraestrutura

A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) informou, por meio de nota nesta quinta-feira, que cerca de 1.500 caminhões estão sendo atendidos por dia no pátio do porto, o que faz com a que a fila não seja estática. Segundo o órgão, o número de caminhões aumentou após o feriado de Páscoa. Nesse período, o pátio chegou a ter até 700 vagas para os veículos.

O porto de Paranaguá operava, nesta quinta-feira, com 17 navios atracados no total, sendo que três deles estão no corredor de exportação e mais um, que deve receber farelo de soja, está parado em outro berço. Ainda havia 21 navios aguardando ao largo para poderem atracar e receber as cargas de soja e farelo.

Segundo a Appa, desde quarta-feira (27) chove muito na região, o que prejudica diretamente os embarques dos granéis. Com chuva, não é possível carregar os navios e os caminhões só podem descarregar se houver espaço nos armazéns para estocagem. A informação repassada pelo órgão nesta quinta é de que ainda era possível descarregar os caminhões.

A incapacidade de carregar navios durante os períodos de chuva é um dos maiores problemas estruturais do terminal. Reportagem da Gazeta do Povomostrou que a velocidade média de carregamento de um navio em Paranaguá é de cerca de 1,2 mil toneladas por hora para cada embarcação. Como um navio de médio porte leva cerca de 60 mil toneladas, o tempo para carregá-lo totalmente, quando não há interrupção por conta da chuva, é de 36 horas, pouco mais de dois dias. O terminal precisaria investir R$ 1,26 bilhão nos próximos quatro anos para realizar obras que melhorariam o acesso de caminhões ao porto e o escoamento de produtos para os navios.

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