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O cardápio de fundos de investimento brasileiros será repaginado para que os nomes no “menu” reflitam com mais clareza o conteúdo do prato e sua capacidade de saciar o apetite do investidor. Pela nova classificação da Anbima, que reúne entidades do mercado financeiro, cada fundo será categorizado de acordo com três critérios: classe de ativos (ações, renda fixa, etc.), tipo de gestão (indexados ou não, por exemplo) e a estratégia por trás dele (aposta em dividendos, títulos soberanos, etc. ).

A classificação atual, em vigor desde 2010, divide os fundos apenas entre “categorias” e “tipos” e muitas vezes não dá pistas sobre o risco e a estratégia envolvidos. A nova organização entrará em vigor em 1.º de julho e resultará em um aumento de 29 para 38 no número de categorias dos fundos.

“A classificação anterior era como um balaio, misturando todos os critérios de forma plana. A nova organização, por sua vez, é dividida em três níveis que seguem exatamente o processo de escolha do investidor na hora de procurar um fundo de acordo com suas necessidades. Assim, o processo ficará parecido com o de uma ‘checklist’”, explicou Carlos Massaru, vice-presidente da Anbima e presidente da gestora do Banco do Brasil. “O objetivo é induzir o planejamento do investidor e, por consequência, a educação financeira.”

As classes disponíveis serão quatro: renda fixa, ações, multimercados e cambial. Os fundos referentes a cada uma dessas classes serão então divididos em categorias, refletindo o tipo de gestão e o risco que eles oferecem. Na renda fixa, podem ser classificados em sete categorias, como passivos – acompanhando o IMA-B (Índice de Mercado Anbima – Série B) ou qualquer outro índice – e ativos de alta duração. Cada categoria estará também dividida em subcategorias. Um fundo da classe de ações ativo poderá, por exemplo, ser classificado como setorial (concentrando ações de determinado setor) ou “small caps” (papéis de empresa de menor porte).

Segundo a Anbima, além de buscar mais transparência, a nova classificação também acompanha a nova regulamentação para indústria anunciada no fim do ano passado pela Comissão de Valores Mobiliários, que também entra em vigor em 1.º de julho. Entre várias mudanças, a instrução cria um novo tipo de fundo com regras simplificadas e risco baixo para pequenos investidores.

Anbima cria categoria específica para fundo com ativos no exterior

Na nova classificação da Anbima, os fundos de renda fixa, ações e multimercado terão uma categoria própria de “investimento no exterior”. Sempre que o investidor vir um fundo classificado dessa forma, saberá que mais de 40% da carteira está em ativos fora do Brasil. Pelas novas regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que também entram em vigor em julho, fundos nessa categoria apresentam riscos que só devem ser tomados por “investidores profissionais”, aqueles que têm pelo menos R$ 10 milhões em aplicações financeiras.

A exceção é o fundo específico para investimento no exterior, que poderá ter entre 67% e 100% da carteira lá fora e ser acessível a “investidores qualificados” (pelo menos R$ 1 milhão em aplicações) desde que seu nome acompanhe o sufixo “investimento no exterior”, de forma a alertar os cotistas para os riscos.

Simplificado

A Anbima também criou a categoria “simples” nos fundos de renda fixa para encaixar um novo fundo criado pela CVM, o simplificado. Sua carteira estará concentrada em ativos de renda fixa de baixo risco e terá taxas de administração atraentes. “As novas normas da CVM vão obrigar os gestores a fazer um grande trabalho para readequar os seus fundos. Vamos lançar a nossa classificação junto com a instrução da CVM para tornar esse processo mais eficiente, reduzindo custos”, acrescentou Carlos Massaru, vice-presidente da Anbima. “Também acompanhando a CVM, nossa reformulação vai tirar o foco do produto e colocá-lo sobre as características do investidor.”

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