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Num ano de intensas mudanças no cenário interno e externo, o mercado acionário brasileiro interrompeu um ciclo de três anos de quedas consecutivas e surpreendeu os investidores. O Ibovespa, principal índice da BM&F Bovespa, teve o maior ganho entre as demais modalidades de investimentos: subiu 38,94% no período, bem acima dos fundos de renda fixa, que renderam 14,3% e ficaram em segundo lugar no ranking de investimentos de 2016.

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Em dólar, o valor de mercado da bolsa brasileira teve a maior alta da América Latina, segundo dados da empresa de informações financeiras Economática. Subiu 57%, para US$ 717,14 bilhões. “Não dava para esperar um resultado desses para a bolsa neste ano. Foi uma surpresa”, afirmou o economista da Tendências Consultoria Integrada, Silvio Campos Neto.

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Os motivos para essa surpresa são difíceis de entender, afinal neste ano o país perdeu o selo de bom pagador ao ter o grau de investimento retirado pelas três principais agências de classificação de risco. Em recessão, com alta de desemprego e desajuste nas contas fiscais, o País ficou mais arriscado aos olhos dos investidores estrangeiros.

Mas o mercado externo também teve seus altos e baixos que afetaram as decisões de investimentos, como o saída do Reino Unido da União Europeia, e mais recentemente a eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.

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Por aqui, o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a consequente mudança de governo explicam boa parte do desempenho da bolsa paulista. “O mercado antecipou as expectativas com o novo governo e com a possível retomada da economia”, diz Campos Neto. Segundo ele, a nova equipe econômica e a renovação na gestão das estatais, como Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil - que tem peso grande na bolsa - ajudaram a dar ânimo ao mercado.

O superintendente de Investimentos do banco Santander, Marcos Figueiredo, destaca ainda que a bolsa brasileira estava em patamar muito baixo. Com a retomada da confiança, mesmo que tímida, a bolsa acaba se beneficiando, diz o executivo. O administrador de investimentos Fabio Colombo concorda. Para ele, os preços da bolsa continuam muito baixos e “é uma opção de longo prazo, pois em algum momento a economia nacional vai voltar ao ritmo normal, propiciando valorização das ações”. Mas se as previsões em relação à economia se deteriorarem, o mercado pode reavaliar os investimentos.

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Ranking

A rentabilidade das demais aplicações foram a metade da verificada na bolsa. Com os juros em patamar elevado em boa parte do ano (a Selic começou a ser reduzida em outubro e termina 2016 em 13,75%), os fundos de renda fixa ficaram com a segunda posição no ranking de investimentos produzido com dados do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, e do administrador de investimentos Fabio Colombo. Essas aplicações tiveram ganho médio de 14,3%, seguidas pelos fundos DI, com 14,16%.

Os títulos indexados ao IPCA, que mesclam juros e variação da inflação, tiveram ganho de 13,45% e continuam sendo uma opção interessante de longo prazo, afirma Colombo. A tradicional caderneta de poupança fechou o ano com rentabilidade de 8,3% - acima dos índices de inflação IGP-M (7,17%) e IPCA (6,3%). O câmbio, que foi líder do ranking de 2015, neste ano ficou em último lugar. O dólar caiu 17,88%. O ouro teve o segundo pior resultado do ano, com queda de 12,32%.