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O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, reconheceu que a recuperação econômica global está mais rápida do que o previsto, mas alertou os governos contra a retirada antes da hora de medidas contra a crise. Segundo ele, a demanda do setor privado "ainda está muito fraca" na maior parte dos países, enquanto as taxas de desemprego podem aumentar nos Estados Unidos, Europa e Japão nos próximos meses. "Se você sair cedo demais (das medidas de estímulo), você corre o risco de voltar à recessão", acrescentou. Embora o FMI não esteja prevendo uma recessão com dois vales - ou uma volta da recessão depois um período breve de crescimento - Strauss-Kahn disse que "nunca se sabe. Isso pode ocorrer".

O problema é que muitos governos e bancos centrais já exauriram muitas ferramentas de sua caixa de medidas para sustentar o crescimento, disse ele. Se um fim muito rápido às medidas de estímulo provocar um novo declínio, "eu não sei o que poderemos fazer", disse ele. Embora Strauss-Kahn não tenha respondido claramente à pergunta sobre o que acha das preocupações em torno do aperto monetário na China, ele disse que "certamente precisamos de um rápido crescimento" naquele país.

Segundo ele, a demanda do setor privado e as condições do emprego, que podem ser os "melhores" indicadores para determinar os prazos da retirada, estão fracas em muitas economias. A demanda privada segue dependente do gasto do governo e "não está em caminho sustentável" em muitos países, disse ele. "Há um risco de aumento do desemprego nos próximos meses" nos EUA e na Europa em relação às suas taxas atuais de 10%, e no Japão, onde hoje o desemprego está em 5%, disse ele.

Ele também destacou que, se os bancos centrais mantiverem os mercados inundados em dinheiro por tempo demais, outros problemas podem surgir, como bolhas de ativos. A continuação do gasto orçamentário agressivo pode aumentar a dívida pública, que já está crescendo em muitas regiões. Ainda assim, esses riscos são superados pelo risco de um novo declínio, e "nosso conselho é ter muito cuidado com a saída cedo demais".

Strauss-Kahn indicou que o mesmo se aplica ao Japão. Embora o governo do país precise de um plano para voltar a um "caminho mais sustentável em termos de política fiscal", "a necessidade de evitar qualquer risco de um novo declínio ainda está aí". O nível da dívida pública do Japão é o mais alto entre os países industrializados, a 180% do PIB.

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