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O Fundo Monetário Internacional e seu co-irmão Banco Mundial entraram neste ano em um profundo debate para empreender reformas e se adaptar melhor à realidade atual. Os ventos da mudança sopram cerca de 60 anos depois de sua fundação, por volta do ano de 1944, quando as duas instituições iniciaram seus trabalhos com o objetivo de ajudar a reconstruir uma Europa assolada pela Segunda Guerra Mundial e, no caso do FMI, supervisionar a estabilidade do sistema cambial.

Mais tarde, adquiriram novas funções, tornando-se guardiões do desenvolvimento econômico e estabilidade financeira.

Mas tanto o FMI como o Banco Mundial viram sua lista de missões encolher à medida que o funcionamento dos mercados e instituições financeiras foram melhorando. E somente em 2006 decidiram agarrar o touro pelo chifre e iniciar uma renovação com a qual tentam continuar sendo relevantes.

Os ventos inovadores sopraram com força especial no seio do FMI, que inaugurou oficialmente seu processo de reforma durante reunião anual conjunta com o Bird, realizada em setembro, em Cingapura. Durante o encontro, o Fundo decidiu dar mais peso à China, México, Turquia e Coréia do Sul, os países com menor representatividade por conta de seus PIBs. Além disso, comprometeu-se a seguir com a reforma para que o mundo em desenvolvimento tenha mais voz e representação na entidade.

O Fundo respondia assim a muitos críticos, que os acusam de ter perpetuado a estrutura de poder criada depois da Segunda Guerra, bem distinta da realidade econômica atual. A missão da insitutição de dar dinheiro aos pobres e conselhos sobre como gerir suas economias também foi questionada. Conservadores de todo o mundo dizem que esse enfoque cria mais problemas do que soluções, enquanto que a esquerda se queixa de que os países em desenvolvimento não obtêm fundos suficientes e de que não há controle sobre como o dinheiro é gasto.

Para dissipar as dúvidas sobre o destino final de seus empréstimos e doações, o Banco Mundial, organismo dirigido pelo ex-número dois do Pentágono, Paul Wolfowitz, impulsionou este ano uma campanha agressiva para lutar contra a corrupção dos países pobres. O plano foi acompanhado de uma boa dose de polêmica.

A tensa relação de Wolfowitz com vários membros do Conselho Executivo do Bird, como a Grã-bretanha e a França, que o criticaram por atuar de forma unilateral, foram manifestadas em Cingapura. Segundo o acertado, Wolfowitz poderia srguir adiante com sua campanha, mas sob supervisão direta do Conselho.

Na frente do Bird e do FMI, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) completou seu processo de transição em outubro, primeiro ano da chegada de Luiz Alberto Moreno à instituição. O novo presidente procura, segundo suas próprias palavras, tornar o BID uma organismo mais ágil, capaz de responder mais rápido às necessidades de seus clientes.

A instituição quer reforçar o protagonismo do setor privado, para o qual autorizou este ano uma ampliação do limite máximo para os empréstimos sem garantia soberana para empresas privadas ou mistas e para governos regionais e locais, de até 10% das obrigações financeiras do BID.

Os países membros do BID acertaram também perdoar, em 2007, as dívidas de Honduras, Nicarágua, Bolívia, Haiti, Guiana, os países mais pobres da América, embora não tenham definido o montante total do perdão.

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