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O Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiu, em um relatório publicado nesta quarta-feira (17), que a zona do euro continua em perigo e pediu aos europeus para que estabeleçam o quanto antes uma maior união bancária, solicitando especificamente ao Banco Central do bloco para que atue contra a crise através da injeção de mais liquidez.

"A crise econômica na zona do euro alcançou um nível crítico que gera dúvidas sobre a continuidade do grupo", advertiu o Fundo. "Os laços negativos entre as finanças dos estados, os bancos e a economia real são mais estreitos que nunca", prossegue a instituição com sede em Washington, que recomenda o estabelecimento imediato de uma união bancária na zona do euro.

Segundo o FMI, "os avanços nesta direção da reunião de 28 e 29 de junho são bem-vindos, mas é preciso acelerar as reformas".

Para o organismo, o Banco Central Europeu teria que proporcionar defesas contra a escalada da crise, com um programa de injeção de liquidez.

Trata-se, segundo o FMI, de aplicar uma política de "flexibilidade quantitativa" com um programa de compra de bônus da dívida soberana. A instituição recomenda assim novas operações de empréstimo a curto prazo aos bancos europeus (as chamadas LTRO).

"Levando em conta que a inflação está fraca e tende a diminuir, o BCE pode reduzir suas taxas de juros e tomar outras medidas não convencionais visando reduzir a pressão sobre alguns mercados", diz o relatório.

O FMI considera ainda que a zona do euro teria que reforçar sua integração orçamentária através de "formas limitadas, mas evoluídas de mutualização da dívida", de acordo com um relatório da instituição publicado nesta quarta-feira.

O organismo pede, entre outras coisas, pela criação dos "eurobills" (Bilhetes do Tesouro da zona do euro), que mutualizariam títulos da dívida emitidos a curto prazo pelos países da zona do euro, e pela criação de um fundo de reembolso da dívida.

Na terça-feira, tanto o FMI quanto a União Europeia (UE) fizeram um alerta particular sobre Portugal. Segundo os organismos, o país tem tido dificuldades para alcançar suas metas fiscais e tem sido particularmente penalizado pela crise que afeta a zona do euro.

"A meta de um déficit de 4,5% do PIB em 2012 continua sendo possível, mas os riscos orçamentários aumentaram novamente devido a uma diminuição da arrecadação fiscal", disse a Comissão Europeia em um relatório sobre o programa de austeridade e de reformas imposto a Portugal por seus credores em troca de um empréstimo de 78 bilhões de euros acordado em maio de 2011.

O FMI compartilha dessa opinião, mas destacou que tem havido uma aplicação "sólida" do plano de ajuda à Portugal.

A análise foi feita após a quarta missão de avaliação da troika de credores do país (UE, FMI e Banco Central Europeu), feita no início de junho.

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