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Reunião do Comitê Monetário e Financeiro Internacional, em Istambul, reuniu 24 ministros de Finanças | Divulgação
Reunião do Comitê Monetário e Financeiro Internacional, em Istambul, reuniu 24 ministros de Finanças| Foto: Divulgação

Istambul - O Fundo Monetário Internacional (FMI) está sendo reinventado aos 65 anos. Fortalecido pela crise, tem planos para se converter numa espécie de banco central e para cumprir um novo papel de supervisão dos mercados financeiros – missão recomendada pelo grupo das maiores economias desenvolvidas e emergentes, o G-20. Como um banco central, poderá administrar uma caixa comum de reservas. A ideia é livrar os países membros da acumulação de grandes volumes de dólares e de outras moedas importantes no mercado global. Os dois objetivos estão desde o sábado na agenda oficial do Fundo, por decisão de seu principal organismo político, o Comitê Monetário e Financeiro Internacional, formado por 24 ministros de Finanças de todos os continentes, incluindo Guido Mantega.

A ideia de formar um "pool" de reservas, uma espécie de caixa comum, foi defendida na reunião do comitê pelo diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn. A crise, segundo ele, evidenciou a necessidade de fundos de segurança muito amplos para se enfrentar os choques originados do mercado de capitais. Sai muito caro acumular essas reservas e o FMI, segundo ele, deve oferecer uma alternativa mais conveniente e com credibilidade.

O ministro Guido Mantega apoiou a proposta no comitê. Mas o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, defendeu a acumulação de reservas nos países emergentes. "Ficou de­­monstrado que a autoproteção é a melhor opção", disse. "Eu apoio a discussão de que seria mais eficiente se o FMI acumulasse as reservas para os países. Mas a questão é: quem é que vai tomar a decisão na hora em que um país precisar das reservas?"

O Fundo terá um ano para apresentar estudos sobre como ampliar seu papel no financiamento aos países com problemas de balanço de pagamentos. O relatório deverá incluir as condições necessárias para constituir e administrar o "pool" de segurança. A ideia é valorizar a função do FMI como emprestador de última instância, típica dos bancos centrais. De certa forma, será uma volta ao projeto original, especialmente à concepção de um dos criadores da instituição, o economista inglês John Maynard Keynes.

A ideia não é dispensar os países de manter um volume razoável de reservas, mas desencorajar a acumulação considerada excessiva O exemplo mais notório, hoje, é o da China, com reservas cambiais equivalentes a cerca de US$ 2 trilhões. O Banco Central do Brasil detém cerca de US$ 220 bilhões.

Proposta rejeitada

O comitê político do FMI rejeitou a proposta do ministro Guido Mantega de transferência de 7% das cotas e do poder de voto às economias emergentes e em desenvolvimento. Prevaleceu a fórmula escolhida na conferência de cúpula G-20 realizada em Pittsburgh: "pelo menos 5%", sem indicação de um número preciso.

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