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O economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard (centro), apresentou ontem os anúncios pessimistas sobre a economia brasileira | Shawn Thew / EFE
O economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard (centro), apresentou ontem os anúncios pessimistas sobre a economia brasileira| Foto: Shawn Thew / EFE

Previsão

Estudo mostra tendência de aceleração econômica para os EUA

O FMI diz que no segundo semestre de 2014 e no ano que vem, a tendência é de crescimento econômico para os EUA (2,2% neste ano, 3,1% no ano que vem) e de desaceleração "controlada" na China (7,4% e 7,1%, respectivamente).

A recuperação da zona do euro continua irregular, com Alemanha (1,4% e 1,5%) bem melhor que França (0,4% e 1%). O Reino Unido tem um crescimento "sólido", de 3,2% neste ano e 2,7% no próximo.

A Índia está se recuperando e crescendo acima do esperado (5,6% e 6,4%), graças ao impacto positivo da eleição de Nahendra Modi, com "recuperação de confiança, aumento de investimentos e alta das exportações", diz o ­estudo.

Na América do Sul, Argentina e Venezuela serão os únicos com desempenho inferior ao do Brasil, com quedas no PIB de -1,7% e -3% em 2014 respectivamente. Os demais terão altas, como Bolívia (5,2%), Colômbia (4,8%), Equador (4%), Peru (3,6%), Chile (2%).

Argentina

A crise da dívida depois de uma decisão da Justiça dos EUA que derrotou a Argentina devem fazer com que a economia do país caia 1,7% neste ano e 1,5% em 2015, de acordo com o FMI. O Fundo também afirma que a decisão abre um precedente e que é preciso tomar medidas contra os fundos abutres em futuras reestruturações de dívida soberana.

O PIB do Brasil teve a maior revisão para baixo entre as projeções de crescimento das 14 maiores economias do mundo feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). No novo Panorama Econômico Mundial, divulgado ontem, a previsão de crescimento do Brasil em 2014 foi reduzida em um ponto porcentual, de 1,3% em julho para 0,3%. O desemprego no Brasil também vai subir, segundo o Fundo, de 5,5% neste ano para 6,1% no ano que vem.

Na segunda-feira, economistas de instituições financeiras reduziram a estimativa de expansão do PIB para 0,24%, segundo a pesquisa Focus, realizada pelo Banco Central.

A previsão do governo é mais otimista. Em setembro, o Ministério do Planejamento divulgou a estimativa de 0,9% para este ano. No último Relatório Trimestral de Inflação, feito pelo Banco Central, a previsão para o crescimento da economia foi reduzida de 1,6% para 0,7%.

De acordo com o FMI, o PIB do planeta crescerá 3,3% neste ano e 3,8% no ano que vem. A revisão da economia mundial para baixo foi de 0,1 ponto porcentual.

É a quinta vez consecutiva que os economistas do Fundo revisam para baixo o crescimento brasileiro. Para 2015, o Fundo reduziu a estimativa de expansão da economia de 2% para 1,4%. "Pouco investimento, baixa confiança entre empresários e consumidores, condições financeiras apertadas e fraca competitividade" são as razões apontadas pelo relatório pela desaceleração.

Das 14 maiores economias do mundo, apenas duas terão um desempenho pior que o do Brasil: a Itália (-0,2% em 2014) e a Rússia, com 0,2%.

Recuperação

Na abertura do estudo, o FMI indica que a recuperação econômica mundial é irregular e que agora é mais específica para cada país, sem tendências continentais ou regionais.

O relatório diz que é prioridade para países como Brasil e Turquia "aumentar a poupança doméstica" em momento de "menor apoio do ambiente externo". Para os economistas do Fundo, a vulnerabilidade brasileira aumenta com a normalização da política monetária dos EUA, depois de anos de estímulos do Banco Central americano, que estava injetando novos dólares no mercado.

Parte desses dólares, que rumava para mercados emergentes, voltaria agora para os EUA, aponta o texto. Em outro trecho, o Fundo recomenda ao Brasil reformas nas áreas de educação e leis trabalhistas para o país ganhar mais competitividade e produtividade.

Reação

Projeção da instituição é pessimista, diz Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, rebateu o relatório divulgado ontem pelo Fundo, afirmando ser pessimista o prognóstico feito pela instituição. Para Mantega, apesar de o primeiro semestre ter sido ruim para a economia brasileira, o segundo dá mostras de recuperação.

"No primeiro semestre, tivemos vários problemas internos e externos. Os fatores externos, a meu ver, predominam", pontuou. "Porém, no segundo semestre estamos observando uma recuperação da economia. Temos vários indicadores que mostram que, a partir de julho, tivemos aceleração moderada do crescimento", continuou.

Entre os fatores internos para o desempenho morno da economia, Mantega citou a seca e a política monetária contracionista do Banco Central – o ciclo de aumento dos juros. O governo ainda trabalha com uma previsão de crescimento de 0,9% para o ano, mas o ministro indicou que a taxa deve ser revisada mês que vem.

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