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Líderes financeiros de economias emergentes foram ao centro do poder ocidental neste fim de semana e deram conselhos às nações mais ricas do mundo.

Após três anos em uma crise financeira gerada nos Estados Unidos, os países avançados estão percebendo que a China, o Brasil e outras economias de rápido crescimento têm algo a ensinar ao mundo rico sobre a sobrevivência em crises financeiras.

O Fundo Monetário Internacional pode ser a sala de aula ideal, desde que a sua liderança da velha guarda da Europa e dos Estados Unidos coloque finalmente o ego de lado e concorde em dar aos dinâmicos mercados emergentes seu devido lugar.

"Há uma resistência entre muitos formuladores de políticas (ocidentais) em a aplicar as 'lições de mercados emergentes' para alguns dos desafios que seus países estão enfrentando", disse o ex-funcionário do FMI Mohamed El-Erian, o gestor de investimento da PIMCO, o maior fundo de títulos do mundo.

"O FMI está em posição privilegiada para ser um consultor de confiança."

Uma das questões que permeou as reuniões do fim de semana do FMI em Washington é o fato de os países estarem perseguindo políticas nacionais, num esforço infrutífero para resolver problemas globais. Ainda não está claro se as nações estão prontas para agir para o bem global.

O encontro trouxe poucos avanços ou ideias para acelerar a recuperação mundial ou corrigir os desequilíbrios de longa data entre os exportadores ricos e países consumidores endividados.

Autoridades da área de Finanças concordaram em dar ao Fundo maiores poderes para supervisionar suas economias, o que já foi tentado antes sem muito sucesso.

Embora sem gerar ações concretas, as reuniões mostraram a crescente influência dos mercados emergentes, que estão prestes a ganhar uma fatia maior de poder no FMI.

A comissão do FMI foi presidida pelo ministro das Finanças egípcio, Youssef Boutros-Ghali, e sinais de uma perspectiva de países em desenvolvimento eram visíveis na declaração de encerramento da comissão.

O comunicado, que representa o consenso de todos os 187 Estados membros do FMI, disse que o Fundo precisa ser mais imparcial na análise de economias para garantir que as nações desenvolvidas não escapem de seu controle.

Em outra prova da crescente importância dos mercados emergentes, os investidores compareceram em Washington para conhecer a visão e ter acesso a políticos da Ásia, África e América Latina, onde lucros generosos têm atraído um grande fluxo de investimentos de países ricos.

"A característica mais marcante desses encontros foi o setor privado, onde o comparecimento recorde reflete um frenesi de interesse em ações de mercados emergentes e títulos", disse Kenneth Rogoff, professor de Harvard e ex-economista chefe do FMI. "Nada que os políticos dissessem sobre o potencial de riscos parecia fazer qualquer diferença na disposição dos presentes."

O poder dos mercados emergentes provavelmente vai estar em pauta no próximo mês, quando o Grupo dos 20 líderes mundiais se reúne na Coreia do Sul. Um dos objetivos desta reunião, a primeira da cúpula do G20 a ser realizada em um país em desenvolvimento, será um acordo sobre a redistribuição do poder de voto no FMI para refletir melhor o crescimento das nações em crescimento na economia global.

Para o presidente do Banco Central brasileiro, Henrique Meirelles, que participou do encontro em Washington, a voz dos emergentes tem que ganhar mais força.

"Não há dúvida de que uma maior influência de economias emergentes sobre o FMI é absolutamente necessária para dar ao Fundo para a legitimidade para fazer o seu trabalho", disse Meirelles no domingo.

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