O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, juntou-se ao coro dos economistas preocupados com o superaquecimento da economia brasileira. Em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S.Paulo, desdobrou-se em elogios à condução da economia do País durante a crise. "É impressionante ver como o Brasil conseguiu lidar com a crise mundial e ser tão pouco afetado por ela."
Mas, prestes a desembarcar no Brasil para uma série de reuniões, em Brasília e em São Paulo, o diretor-gerente do Fundo admite certa apreensão. "O superaquecimento é uma preocupação, as metas de inflação, outra medida de temperatura, o excesso de fluxos de capitais - todas essas são preocupações."
Strauss-Kahn ressaltou o papel do Brasil na consolidação do G-20 como principal foro econômico multilateral. Mas adverte que o G-20 precisa de apoio para se manter vivo e não cair na irrelevância do G-7. Ele faz um alerta ao Brasil, que reluta em aceitar o imposto sobre bancos desenhado pelo FMI a pedido de vários países, para lidar com crises futuras: "A não ser que um país seja imune a qualquer crise financeira para o resto da vida há boas razões para adotar esse imposto".
O diretor-gerente do FMI chega ao Brasil na terça-feira, participa de um seminário em São Paulo e depois se reúne em Brasília com o presidente Lula, o ministro Guido Mantega e outras autoridades. A seguir, os principais trechos da entrevista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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