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Trabalhadores da Renault bloquearam a BR-277, na região da capital: medo do desemprego | Felipe Rosa/Tribuna do Paraná
Trabalhadores da Renault bloquearam a BR-277, na região da capital: medo do desemprego| Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná

Seguro-desemprego

Governo marca reunião para negociar com trabalhadores

Estadão Conteúdo

Na defensiva com as manifestações das centrais sindicais, o governo federal marcou uma ampla reunião para negociar com os sindicalistas uma saída política para obter apoio às medidas de aperto nas concessões de benefícios sociais, como seguro-desemprego e abono salarial.

As centrais querem reduzir o prazo para o primeiro pedido de seguro-desemprego de 18 meses, como quer o governo, para 12 meses e de 12 para seis meses no segundo pedido. O governo aceita negociar, mas apresentará uma proposta intermediária para o primeiro pedido, de 14 meses.

O encontro será na sede do Banco do Brasil, em São Paulo, na próxima terça-feira. Ao menos quatro ministros devem estar presentes. O governo quer sair da reunião com acordos pontuais e uma decisão de encaminhamento do pacote no Congresso.

Centrais sindicais de todo o país foram às ruas ontem para protestar contra as demissões em massa e a redução de benefícios trabalhistas, como o seguro-desemprego e o abono salarial. Os maiores atos ocorreram em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Na Grande Curitiba, o Dia Nacional de Lutas pelo Emprego e Direitos mobilizou cerca de 40 mil metalúrgicos, que paralisaram as atividades em empresas como Renault, Volvo, Bosch e Case New Holland. Para dar visibilidade à insatisfação, os manifestantes bloquearam o trânsito nas BRs 277 e 376 por algumas horas pela manhã, causando longos congestionamentos.

Por volta das 10 horas, aproximadamente 1.500 líderes sindicais se reuniram em protesto na Praça Santos Andrade, em Curitiba. Estiveram presentes representantes de sindicatos da capital, Londrina, Apucarana, Maringá e Pato Branco, entre outras. Por volta das 11h30 o grupo bloqueou o trânsito na Rua XV de Novembro por cerca de 15 minutos e organizou uma corrente em torno do prédio da Previdência Social, enquanto representantes dos trabalhadores se reuniam com a superintendência do órgão. Temendo uma invasão, os seguranças do local trancaram a entrada do edifício, permitindo a passagem apenas de quem não participava do manifesto.

Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Paraná, Sérgio Butka afirma que o ato é o início de uma nova fase do movimento dos trabalhadores, que depois de anos de negociação com as empresas deve ir às ruas reivindicar por melhores condições de trabalho e garantia de direitos. "Nosso objetivo é estabelecer uma ponte permanente de diálogo com os governos federal e estadual e protestar contra medidas arbitrárias que prejudicam milhares de trabalhadores e sequer foram discutidas com as centrais sindicais."

O descontentamento se refere às medidas provisórias 664 e 665, anunciadas no final de 2014 pelo governo, que alteram a concessão de benefícios como pensão, auxílio-doença e seguro-desemprego. "A presidente Dilma prometeu que não tocaria nos direitos dos trabalhadores. As medidas trazem prejuízos irrecuperáveis principalmente aos aposentados", diz Paulo José Zanetti, diretor institucional do Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas da Força Sindical.

Renault

A Renault teria aberto um programa de demissão voluntária para os trabalhadores das unidades de automóveis da fábrica de São José dos Pinhais. Segundo o dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Jamil Davila, a montadora espera de 500 a mil as adesões. A informação não foi confirmada pela empresa. Preocupados com a situação, representantes sindicais se reuniram com o governador Beto Richa para cobrar medidas que forcem empresas que recebem incentivos fiscais a manter o nível médio de emprego no Paraná.

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