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As estatísticas do PIB brasileiro para o 1º trimestre de 2010 confirmam a vigorosa rota de recuperação econômica vivida pelo país, desde a segunda metade do ano passado. O resultado, principalmente no que se refere ao gasto das famílias, foi influenciado por conquistas estruturais relevantes, como o fim da hiperinflação, o aumento real do salário mínimo, a disseminação do crédito consignado, a firme retomada da geração de empregos com carteira assinada e os programas de inclusão social. No tocante aos investimentos, a alta integra a retomada da construção civil, a modernização das linhas de produção e o acréscimo de capacidade das empresas.

Ainda assim, é prematuro o diagnóstico, reinante nos meios oficiais, de que o país entrou definitivamente em um novo ciclo de expansivo. Isso porque parece razoável admitir a redução do ímpeto de crescimento do PIB brasileiro já a partir do 2º trimestre do ano, em razão do aparecimento de alguns pontos adversos.

Fator Europa

Dentre esses fatores, sobressaem o imprevisível fator Europa e os inevitáveis impactos da retirada do incentivo tributário do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a aquisição de veículos. Também pesam contra o fortalecimento do PIB a elevação dos juros em nome do combate à inflação, o que deve encarecer o custo do crédito para consumo e investimento – isso em um ambiente de patamares já elevados de endividamento público e privado.

Não bastassem esses constrangimentos conjunturais, a restauração de um padrão duradouro de crescimento esbarra na negligência oficial com a necessidade de devolução de componentes de competitividade – incluindo as reformas tributária e fiscal, alinhamento cambial, promoção da concorrência no sistema financeiro, pesados investimentos em infraestrutura, educação e implantação de uma política industrial ancorada em ramos da fronteira tecnológica.

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