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Brasília – A Polícia Federal, em conjunto com a Receita e o Ministério Público, desarticulou, com a Operação Persona, um esquema gigantesco de fraudes no comércio exterior montado em São Paulo, com ramificações no Rio de Janeiro e na Bahia. Comandado pela multinacional americana Cisco Systems e sua subsidiária no Brasil, o esquema teria causado um prejuízo de R$ 1,5 bilhão em sonegação de impostos durante cinco anos. Foram cumpridos 93 mandados de busca e apreensão e presas 40 pessoas, incluindo o atual presidente da Cisco do Brasil, Pedro Ripper, o ex-presidente Carlos Roberto Carnevali e dois outros dirigentes da empresa. Outras quatro pessoas ainda estão sendo procuradas. Mais de 30 empresas estão envolvidas no esquema.

Ex-dirigente da multinacional na Alemanha, considerado um gênio no mundo dos negócios, Ripper, de apenas 28 anos, foi preso em sua casa em São Paulo, nas primeiras horas da manhã de ontem, sem resistência. A polícia pretende pedir a transformação da sua prisão temporária (de cinco dias) em preventiva (por tempo indeterminado). Também foi preso o empresário Moacir Álvaro Sampaio, sócio presidente da importadora Mude. Empresa brasileira com filial nos EUA, a Mude intermediava as importações dos produtos da Cisco, mediante maquiagem na documentação para camuflar as fraudes, segundo a polícia.

Entre os demais presos estão seis auditores fiscais da Receita, que atuavam na legalização das importações fraudulentas em favor da quadrilha, além de dirigentes e sócios de empresas off-shore envolvidas no esquema. As investigações, que contaram com a ajuda da polícia americana, prosseguem agora nos EUA e podem levar à prisão de mais pessoas, entre as quais dirigentes americanos da multinacional e pelo menos cinco outros brasileiros que trabalhavam para o esquema. "Tivemos toda colaboração da polícia americana e acreditamos que haverá desdobramentos por lá a partir de agora", disse o chefe da Inteligência da Receita, Gerson Schaan.

O esquema, segundo a PF e a Receita, teria sido montado por empresários brasileiros em conluio com a multinacional, líder mundial no segmento de serviços e equipamentos de alta tecnologia para redes corporativas, para internet e telecomunicações. A página da multinacional na internet registra que a empresa já realizou vendas líquidas de US$ 34,9 bilhões este ano, com aumento de 23% em relação a 2006. A subsidiária brasileira foi uma das que mais contribuíram para performance mundial da empresa, que teve lucro líquido de US$ 1,9 bilhão no último quadrimestre.

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