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Café do Paço: bebidas quentes fazem mais sucesso no inverno | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Café do Paço: bebidas quentes fazem mais sucesso no inverno| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Serviços

Chuva e baixas temperaturas exigem hora extra nas lavanderias

As vendas de aquecedores de água já aumentaram. "O número de clientes dobrou com a chegada do frio. Os pedidos de manutenção dos sistemas já instalados também aumentou. Recebíamos cerca de 12 por dia, agora são mais de 30", conta o vendedor Natan Francisco Valduga.

A procura por lavanderias cresceu bastante. Durante o longo período de chuvas na cidade, semanas atrás, alguns estabelecimentos do Centro chegaram a recusar pedidos, por falta de capacidade ou dificuldade de atender no prazo esperado.

Fernando de Araujo, gerente da lavanderia Center Lav, conta que desde junho o movimento cresceu 25%. A maioria dos clientes quer lavar cobertas e roupas mais pesadas que estavam no fundo do armário.

"Aqui no Centro tem muitos prédios e comércio, quem mora tem pouco espaço. O pessoal lava em casa e traz só para secar. Tivemos que contratar mais funcionários para dar conta. Normalmente, com o movimento dos meses de frio a gente faz uma reserva para o fim do ano e até para o carnaval", diz Araujo.

Na lavanderia Passeio, os funcionários estão trabalhando três horas a mais por dia desde o mês passado, para dar conta do aumento de 20% no movimento. "Quando está muito cheio assim, tentamos negociar prazos maiores com o cliente para não recusar pedidos", conta a gerente, Roseli de Barros.

Preferência

Movimento cresce em ambientes fechados, como os shoppings

Nos shoppings os lojistas também torcem para que o frio chegue de vez. O presidente do Sindishopping, Erico Morbis, estima que a procura cresça 18% até setembro. "Nos primeiros dias de julho já tivemos aumento de movimento. Estamos animados", afirma.

Locais fechados têm mais chances de preservar a clientela. As cervejarias – que em tese sairiam perdendo com o frio – costumam tirar do estoque versões mais encorpadas da bebida. Algumas até criam receitas. É o caso do buffet de sopas de cerveja do bar Devassa. O sucesso do buffet, criado no ano passado em Curitiba, levou o cardápio a todas as lojas brasileiras neste interno.

"A base das sopas é feitas de algumas cervejas especiais reduzidas, misturadas com ingredientes tradicionais e servidas em pão italiano. A sopa vem fervendo dentro do pão", conta o gerente da franquia em Curitiba, Gustavo Costa.

18% é o aumento no movimento esperado, neste inverno, pelos lojistas de shoppings de Curitiba.

  • Movimento em lavanderia cresceu 25% desde junho
  • Aquecedores de água: mais vendas e pedidos de manutenção

O inverno chegou e a disposição de moradores e turistas que ocupam as ruas da cidade em busca de diversão pode aquecer o faturamento de vários setores – cafés, restaurantes, lavanderias, o comércio de aquecedores e outros.

Para a Associação Comer­cial do Paraná (ACP), o comércio deve recuperar perdas durante esse período. "Houve uma queda nas vendas por causa das chuvas e das manifestações, que geraram insegurança no comércio. Mas com a chegada do frio e das férias o nível de confiança dos comerciantes já é maior. As pessoas compram mais no frio e o estoque se renova com as novas coleções", afirma Claudio Shimoyama, assessor econômico da ACP.

Os ônibus turísticos da prefeitura, por exemplo, já vendem mais bilhetes. "A gente percebe um discreto aumento nos primeiros dias de frio. Mas acho que a partir das férias escolares as vendas devem subir cerca de 10% com relação ao mês anterior", afirma o coordenador da tesouraria da Linha Turismo, Gilberto Fagundes.

Depois do passeio gelado, os turistas querem saborear comidas quentes – pratos como polenta, feijoada, fondue e sopas. Para aproveitar a disposição desse público, os restaurantes preparam cardápios especiais.

"O frio lembra aconchego, comidas quentes. Frio lembra calor humano, é romântico, e Curitiba é uma cidade que gosta do inverno", afirma Luciano Bartolomeu, presidente da Associação de Bares e Restaurantes (Abrasel-PR). A estratégia é atrair os clientes para espantar a crise da Lei Seca, que, segundo ele, derrubou as vendas em 40% nos últimos quatro meses.

O movimento do restaurante Château de Gazon, especializado em fondue, chega a quadruplicar nesta época do ano – nos meses mais frios, ele recebe em média 3,2 mil clientes. O proprietário, Raul Fioreze, colocou até uma máquina de fazer neve na fachada. "Se tivéssemos 12 meses de inverno seria ótimo", afirma.

Os clientes de cafés também costumam ser mais assíduos nos meses de frio. Eles querem escapar do vento gelado e esquentar o corpo com as bebidas quentes. "Eu normalmente frequento cafés, no inverno um pouco mais. A gente quer sentar em um lugar fechado e quentinho", conta a socióloga Silmara Quintino, que aproveitava a hora livre para bater papo e tomar um expresso no café do Paço da Liberdade.

"O movimento é sempre bom. Mas nos dias de frio as bebidas quentes fazem mais sucesso", diz Eduardo Scorsin, instrutor do Senac, responsável pelo treinamento dos funcionários do Café do Paço. Segundo ele, o local recebe de 350 a 500 clientes por dia.

Época de folga nas sorveterias

As sorveterias sentem o baque nesta época. Na tradicional Sorvetes Gaúcho, por exemplo, o movimento cai 30%. Uma das proprietárias, Leila dos Santos, explica que é o preciso fazer uma poupança durante o verão para ajudar a pagar os funcionários e os impostos durante o inverno.

"Normalmente a gente trabalha de domingo a domingo. Mas no inverno, quando amanhece chovendo, com um frio daqueles, a gente nem abre, porque as vendas não pagam nem o gasto com energia", diz Leila. O jeito é reduzir a oferta de sabores, aproveitar para fazer manutenção nos equipamentos e dar férias para funcionários.

Hotéis

Apesar do mês de férias, os hotéis têm sofrido com a chegada do frio. Houve uma redução drástica do movimento em turismo de negócios: a receita dos hotéis da cidade caiu 20% em junho em relação ao mesmo mês de 2012, de acordo com o Sindicato Patronal dos Hotéis e Restaurantes de Curitiba.

A estratégia é tentar atrair o curitibano para os restaurantes dos hotéis. "Ninguém gosta de comer em hotel, mesmo quem está hospedado. A gente tem que mudar isso. Estamos tentando fazer com que o público local comece a descobrir os restaurantes dos hotéis. É uma forma de equilibrar esse período de baixa", afirma o presidente do sindicato, Marco Antonio Fatuch. Hotéis como o Radisson e o Bourbon Batel Express apostam em novidades no cardápio, como o buffet de sopas.

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