• Carregando...

Bancários protestam em todo o país

Agência Estado

São Paulo - Em campanha salarial, os bancários realizaram ontem manifestações em todo o país, inclusive em Curitiba e Londrina. Os trabalhadores retardaram até o meio-dia a abertura de agências nos principais centros financeiros, em protesto contra a falta de propostas dos representantes dos bancos na mesa de negociações.

"Essa mobilização é um recado para a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos)", disse o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Sindical (Contraf), Carlos Cordeiro.

Em quatro rodadas de negociação, os bancos não apresentaram nenhuma proposta sobre as reivindicações dos bancários. Eles querem reajuste salarial de 10% (reposição da inflação mais 5% de aumento real) e PLR de três salários mais parcela fica de R$ 3.850, entre outros itens. A data-base da categoria é setembro.

Para Cordeiro, não há razão para os bancos sustentarem essa postura. "O setor não sofreu qualquer impacto da crise econômica e apresentou os maiores lucros de toda a economia no primeiro semestre."

Ameaça

"Com essa postura, os banqueiros estão levando os trabalhadores à greve por tempo indeterminado", disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino.

O movimento de ontem teve como objetivo pressionar os bancos para que eles apresentem uma proposta que contemple as expectativas da categoria na próxima negociação, na quinta-feira.

Ao todo, cerca de 6,5 mil trabalhadores cruzaram os braços, segundo a Contaf.

A proposta de reajuste salarial apresentada pela Volvo não agradou aos trabalhadores da empresa. Diante do impasse, os 2,6 mil metalúrgicos da montadora paralisaram as atividades por uma hora na manhã de ontem. Hoje, às 10 horas, o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) e a empresa retomam as negociações. Os trabalhadores afirmam que, caso a proposta não avance, uma greve por tempo indeterminado pode ser iniciada a partir da próxima segunda-feira.

Na última rodada de negociações, a direção da Volvo ofereceu reajuste salarial de 4,44% – o que corresponde à correção da inflação nos últimos 12 meses, medida pelo INPC, sem aumento real – e R$ 1,5 mil de abono a ser pago já no mês de setembro. A empresa também propôs incorporar o aumento no valor do vale-mercado no salário dos funcionários.

Já os trabalhadores reivindicam 10% de reajuste salarial – reposição da inflação, mais 5,32% de aumento real –, abono de R$ 2 mil a partir de setembro, além de reajuste no vale-mercado para R$ 150. Segundo o SMC, esse benefício está com o valor congelado em R$ 60 há 13 anos.

Ranking

Um dia antes da paralisação dos trabalhadores da Volvo, em protesto por melhores salários, a montadora foi anunciada como uma das melhores empresas para se trabalhar no Brasil. Em 2009 a companhia ficou na terceira colocação do ranking nacional elaborado pelas revistas Você S/A e Exame, da editora Abril.

A Volvo registrou um Índice de Felicidade no Trabalho (IFT) de 90,9. O IFT é a nota final da pesquisa, numa escala até 100. Outros pontos positivos relatados pelo levantamento foram o pacote de benefícios do funcionários em saúde e alimentação, o investimento na formação de gestores e sucessores e o incentivo para que os empregados participem das decisões da companhia.

Procurado, nenhum representante do SMC estava disponível na tarde de ontem para comentar os resultados do levantamento.

Volks e Renault

Outros 8,5 mil trabalhadores das montadoras instaladas na região metropolitana de Curitiba (RMC) estão em greve. A paralisação na Volkswagen completa hoje seu sétimo dia; na Renault-Nissan, este é o sexto dia sem produção. Do início da paralisação até agora, as duas montadoras deixaram de fabricar, juntas, cerca de 10,2 mil unidades.

A Renault já apresentou duas propostas aos seus 4 mil metalúrgicos, sem aumento real e com abono menor que o reivindicado. Ambas foram recusadas em assembleia. A Volks, por sua vez, ainda não apresentou proposta aos seus 3,5 mil trabalhadores. Até o momento, ainda não há reunião de negociação agendada entre os trabalhadores e as empresas. Na se­­gunda-feira, o SMC realiza as­­sem­bleia na porta das fábricas. Caso não haja proposta nova das montadoras, a greve deve continuar.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]