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Os funcionários da fábrica da montadora General Motors (GM) em São José dos Campos decidiram, em assembleia nesta terça-feira (11), manter a greve iniciada no dia anterior, por tempo indeterminado, segundo o Sindmetalsjc (Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região).

O presidente da entidade, Antônio Ferreira de Bastos, afirma que os funcionários continuam sendo dispensados através de telegramas, que começaram no sábado. A estimativa do sindicato é que mais de 300 trabalhadores tenham sido demitidos. A GM não informa o número total.

Consultada, a empresa disse que todos os telegramas foram emitidos no sábado (8) de manhã. “Mas nem todos foram entregues pelos Correios no sábado. E a entrega prosseguiu durante a semana”, explicou por e-mail.

De acordo com o sindicato, cerca de 5.200 funcionários participam da paralisação, que tem como objetivo a reversão de demissões e a abertura de negociações entre sindicato e montadora.

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O presidente do sindicato afirma que, desde de segunda-feira, cerca de 500 carros deixaram de ser fabricados, bem como motores e peças de transmissão. Mesmo com a crise econômica e o excesso de estoque nas montadoras, Bastos defende que a greve é a “melhor arma dos trabalhadores”.

“Estamos trabalhando com duas frentes, uma é a exigência política com o governo federal e estadual. A outra é a greve. Além de não sair nenhum carro da linha de produção, também não sai nenhum carro do pátio para as concessionárias, porque o estoque fica na planta”, afirma ele.

Proposta

O sindicato propõe uma redução da jornada de trabalho para 36 horas, sem impacto no salário; uma licença remunerada, ou um novo lay-off, com compromisso de estabilidade. “A empresa tomou medidas unilaterais”, disse Bastos.

Representantes do Sidmetalsjc se reuniram nesta terça (11) em São José dos Campos com o secretário de Estado do Emprego, José Luiz Ribeiro. Eles pediram uma intervenção do governo do estado e uma audiência com o governador Geraldo Alckmin (PSDB).

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O presidente do Sidmetalsjc disse ainda que o governo federal e estadual beneficiam a indústria automobilística com programas de incentivos e, por isso, deveriam cobrar a anulação das demissões.

Em nota, a Secretaria afirmou que está disponível para ajudar os funcionários.

“O secretário colocou a Secretaria do Emprego e Relações de Trabalho (SERT) à disposição dos cidadãos para ajudá-los com qualificação e com as vagas de emprego disponibilizadas pelos PATs [Postos de Atendimento ao Trabalhador]. Nesta semana, são mais de 400 nos postos do Vale do Paraíba.”

Cortes

Os cortes em São José dos Campos acontecem um mês depois de a montadora ter demitido cerca de 500 trabalhadores na fábrica de São Caetano do Sul, disse o sindicato.

A entidade também informou que na segunda-feira retornaram ao trabalho 750 trabalhadores que estavam em lay-off, resultado de uma mobilização ocorrida em fevereiro, quando a GM havia indicado a intenção de realizar 798 demissões.

A GM de São José dos Campos produz os modelos S10 e Trailblazer, além de motores, transmissão e kits para exportação, informou o sindicato.

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