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Os funcionários do Banco Central de Curitiba entraram em greve nesta quarta-feira (17) por tempo indeterminado. A medida foi decidida em assembléia na terça-feira e segue uma determinação de paralisação das atividades nas dez regionais do BC em todo o Brasil. O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central na capital paranaense (Sinal-PR) informa que cerca de 50% dos 130 funcionários que trabalham em Curitiba cruzaram os braços. Os servidores de Brasília, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador, Belém, Fortaleza, Recife, Belo Horizonte e São Paulo também já pararam.

Em todos os estados, o funcionalismo pede o reajuste salarial de 10% - dividido em 6%, que deveria ter sido pago em janeiro, e 4%, previsto para junho - acertado com a direção do banco há alguns meses, durante a última greve da categoria. A demora, segundo o BC, seria em função do Congresso Nacional não ter aprovado o Orçamento deste ano, o que já foi feito. Além disso, a autoridade monetária ainda tem de encaminhar um projeto de lei à Casa para conceder o reajuste.

De acordo com o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central na capital paranaense (Sinal-PR), com a chegada do mês de julho, quando o Congresso Nacional pára, faz com que o reajuste salarial seja possível apenas com uma medida provisória. "Nós sabemos a forma lenta com que o Congresso Nacional funciona. Mesmo que o projeto seja apresentado ainda hoje (quarta-feira), dificilmente isso será votado até julho. Só uma medida provisória pode nos conceder esse reajuste", assegura Alexandre Campos Gomes de Souza, um dos diretores do Sinal-PR.

O BC, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não comentaria o assunto, assim como fez na tarde de terça-feira.

Conseqüências

Para Alexandre Campos, a população e o empresariado podem, em breve, sentir os efeitos da paralisação. "Serviços como a fiscalização de instituições financeiras, o andamento dos processos de cooperativas de crédito, além da entrega e recebimento de dinheiro dos bancos podem ser comprometidos em pouco tempo. Porém, nesse último caso, é possível que o Banco Central, mais uma vez, terceirize o serviço", comenta Campos. No ano passado, os funcionários do BC cruzaram os braços por 33 dias seguidos, também reivindicando salários maiores, o que acabou desembocando no aumento acertado para este ano e que ainda não saiu do papel. Essa foi a pior greve já enfrentada pelo BC. "Na época, uma empresa foi contratada e o Banco do Brasil assumiu esse papel na distribuição de dinheiro", complementa.

Outros estados vizinhos ao Paraná também podem sentir as conseqüências da greve em Curitiba. "Temos uma atuação a distância no Mato do Grosso do Sul e em Santa Catarina, locais onde toda a regularização das cooperativas de crédito e o controle cambial das exportações e importações são feitos por nós. Sem todo esse trabalho em Curitiba, as operações nesses estados também acabarão sentindo os efeitos. Quem operar sem o nosso conhecimento estará irregular", finaliza Campos.

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