• Carregando...

O fundo de pensão dos funcionários da Petrobras (Petros) aplicou pelo menos R$ 1 bilhão no banco BVA, em liquidação financeira desde meados do ano passado. Além de ter mais de R$ 700 milhões aplicados em fundos de investimentos da gestora do banco Vitoria Asset Management, a fundação financiou diretamente acionistas da instituição, que estão sendo cobrados na Justiça, e ainda empresas ligadas ao banco, que alegam ter sido vítimas de empréstimos falsos.

Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo no sábado, 26, o BVA gerou um rombo de R$ 8 bilhões, no banco e nos fundos, com os empréstimos que concedeu em apenas três anos. As dívidas estão sendo executadas ou renegociadas para se tentar reduzir o prejuízo causado. Em alguns casos, entretanto, os casos podem se estender por um bom tempo na Justiça.

É o caso de um empréstimo de R$ 100 milhões feito pela Petros à empresa de call center de Mogi das Cruzes chamada Vidax Teleserviços, por intermédio do banco BVA. Desde março do ano passado, o fundo tenta executar a dívida, mas a Vidax alega que só recebeu metade do dinheiro, o que impossibilitou suas operações e a fez fechar as portas no fim de 2012, demitindo quase 30 mil funcionários.

De acordo com a história relatada pela Vidax no processo, a empresa estava em dificuldades financeiras desde 2008, mas vinha sendo auxiliada pelo BVA. O banco concedia empréstimos sob a condição de pagamentos de comissões de até 25% do total do financiamento. A empresa alega ainda que o banco se tornou efetivamente sócio da companhia.

Em um dos períodos de dificuldade, já em 2011, o BVA teria proposto a emissão de uma Cédula de Crédito Bancário (CCB) a ser comprada pela Petros. A classificação de risco do empréstimo, de R$ 50 milhões, foi uma das melhores, risco A, que é colocada em dúvida pela própria Vidax no processo. "(...) Chegando-se ao excelente rating 'A' (doc. 7), apesar da situação financeira e do endividamento preocupantes da Vidax", diz trecho do processo. Em 2012, a empresa continuava em dificuldades, não pagava contas de luz, mas foi acertado um novo empréstimo via CCB com a Petros de R$ 45 milhões. Esses recursos, entretanto, nunca teriam chegado à empresa.

No próprio processo, a Petros diz que fez o depósito no BVA, apresentando documentos. Diz ainda que seu relacionamento era com a Vidax e o BVA foi o banco escolhido pela própria empresa de call center.

O jornal O Estado questionou a Petros sobre as análises de crédito feitas para emprestar recursos a uma empresa que se mostrava em situação financeira difícil. Também questionou sobre a exposição do banco no BVA e os valores provisionados para perdas. Até o fechamento desta edição, entretanto, nenhuma das perguntas foi respondida. O ex-presidente do BVA Ivo Lodo também não deu retorno. Os advogados da Vidax, do escritório Yarshell, Mateucci e Camargo, disseram que todas suas argumentações estão no processo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]