O governo já perdeu neste ano mais de R$ 2 bilhões com as malsucedidas aplicações do Fundo Soberano do Brasil (FSB), a poupança fiscal criada para enfrentar dificuldades econômicas. O prejuízo ocorreu porque o governo deixou de seguir regras básicas do bom investidor, como diversificar aplicações e não concentrar demais o dinheiro em ativos de alto risco.
No jogo contábil para alavancar o superávit primário (economia para pagamento de juros) em 2010, o Tesouro Nacional acabou colocando mais de 75% dos recursos do FSB em ações da Petrobras. Esses papéis estão caindo fortemente neste ano - assim como o mercado acionário em geral. O Fundo também perde dinheiro com as ações que adquiriu do Banco do Brasil.
O governo optou em usar o FSB na capitalização da Petrobras em 2010 para aumentar a participação da União no capital da empresa e também receber, de imediato, recursos para reforçar o superávit primário.
Por isso, não é exagero dizer que o FSB se tornou um fundo de investimento de alto risco. Além das perdas com a atual queda do mercado acionário, o governo teria dificuldade de vender todo esse volume de ações no caso de uma necessidade maior de recursos, se o cenário externo piorar.
Procurado pela reportagem, o Ministério da Fazenda não quis comentar o prejuízo do FSB.
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