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Na Capela Vaticano, em Curitiba, o teto muda de cor de acordo com o sexo do finado | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Na Capela Vaticano, em Curitiba, o teto muda de cor de acordo com o sexo do finado| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Novidades servem para ter diferencial

Ainda que os serviços tecnológicos não acrescentem muito ao faturamento das funerárias, eles se mostram úteis – e necessários – para a criação de diferenciais entre as empresas do setor, como explica o presidente da Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abredif), Lourival Panhozzi. "O que cria o diferencial é gente, é atendimento, ainda mais em um segmento com preço tarifado como é o nosso. Quem tem a tecnologia a seu serviço melhora a qualidade do atendimento e se diferencia do concorrente."

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Sites guardam informações para serem entregues à família

A proposta parece assustadora, mas já virou fonte de renda para pelo menos seis empreendedores ao redor do mundo. A possibilidade de guardar senhas e informações importantes para as pessoas próximas e mandar mensagens a familiares e amigos depois da morte tem atraído usuários de pelo menos meia dúzia de sites que se propõem a ser uma espécie de "testamento on-line". Alguns já reúnem milhares de usuários, e todos cobram taxas anuais que vão de US$ 10 a US$ 80 para manutenção dos arquivos.

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A capela da Funerária e Crematório Vaticano, em Curitiba, foge da austeridade comum a locais em que se celebra o luto. O espaço, de 150 metros quadrados, tem uma cúpula cromoterápica, que muda de cor conforme o sexo do finado – azul para homens; rosa para mulheres –, e objetos para elevação e equilíbrio do espírito, como mandalas. "São ferramentas terapêuticas", explica a diretora de marketing da funerária, Mylena Cooper.

Menos perceptíveis aos olhos, porém de grande inventividade, estão três pequenas câmeras. Ainda que só tenham sido acionadas poucas vezes no período de pouco mais de um ano desde que o local foi construído, elas são um dos diferenciais da funerária: por meio delas, parentes podem transmitir o velório de seu familiar pela internet.

O velório virtual, como é chamado, é apenas um dos novos serviços que vêm sendo oferecidos por funerárias e cemitérios do país com o uso da internet e da tecnologia – serviços que, garantem os diretores desses estabelecimentos, são apreciados pelos clientes e funcionam como diferencial competitivo no mercado.

Na Funerária Vaticano, o velório virtual funciona por Messenger. "O MSN é mais fácil porque todo mundo já conhece; já está instalado no computador", justifica Mylena. Só convidados pela família têm acesso ao e-mail criado para a transmissão do velório, que segue a fórmula "funerariavaticano-sobrenomedofinado@hotmail. com". O serviço, que custa entre R$ 100 e R$ 200, costuma ser utilizado quando há parentes ou amigos do morto em cidades distantes, que não conseguiriam chegar a tempo ao velório.

"É um serviço bastante necessário quando a família está distante, porque ajuda a aproximar as pessoas, a confortar a família. A aproximação das pessoas em um momento de luto é muito importante", opina Mylena. Das três câmeras, a mais requisitada é a que está fixa no palco, onde fica o caixão.

Outro serviço são os vídeos em homenagem ao finado, que são exibidos para os convidados durante a cerimônia. A família fica encarregada de separar fotos, vídeos e textos de homenagem ao morto, e paga R$ 200 pela produção e por uma cópia em DVD. "Hoje, este é o nosso forte na parte de velórios. A família acaba até dando risada com algumas coisas, alguns fatos bons, que fazem você lembrar que a pessoa aproveitou a vida. A morte não fica tão trágica", comenta Mylena. Diferentemente do velório virtual, os vídeos de homenagens são bastante procurados: ao menos dois velórios contam com o serviço por dia.

Outras cidades

Ainda que em Curitiba a prática seja adotada há pouco tempo, no resto do país serviços como o velório virtual já são populares entre as funerárias de vanguarda. A pioneira do velório virtual no Brasil é a funerária do Grupo Vila, com sede em Natal, no Rio Grande do Norte. Lá, o serviço, prestado gratuitamente, estreou em 2000, e é bastante utilizado: uma média de 28 velórios são transmitidos por semana, ou 30% do total de atendimentos. "O nosso segmento é muito complexo, porque não é de desejo, como o varejo. Por isso, o grupo tem o hábito de criar demandas, de influenciar a cultura das pessoas", comenta a gerente de marketing do Grupo Vila, Tatiana Rocha, explicando o pioneirismo da empresa.

Entre as outras inovações do Grupo Vila, estão as homenagens virtuais – uma espécie de livro de condolências on-line, disponível no site da empresa. Lá, as homenagens póstumas a entes queridos se tornam públicas, independentemente se o finado morreu há dias, meses ou anos. Para evitar constrangimentos, todas as mensagens passam por um filtro antes de serem publicadas. "Já aconteceu, umas duas ou três vezes, de alguém meio revoltado xingar uma pessoa. Mas é raro", recorda Tatiana. "As pessoas usam as homenagens para conversar com seus entes queridos. A nossa cultura e a nossa religião entendem que as pessoas que se foram estão observando a gente. É como um canal de comunicação."

A inovação mais recente do grupo do Rio Grande do Norte é a funerária virtual, lançada em novembro – que funciona com o seguinte conceito: em vez de o cliente ir à funerária, a funerária vai até o cliente. "Nós temos um notebook com todas as fotos dos produtos e serviços da funerária. Tem gente que não gosta de entrar na sala dos caixões, mas consegue escolhê-los por foto", explica Tatiana. O computador, além disso, permite o uso de recursos mais avançados do que simples fotos, como vídeos e imagens em 360 graus.

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