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Citrosuco e Citrovita decidiram unir suas operações em um negócio que cria a maior exportadora de suco de laranja do mundo. Juntas, serão responsáveis por quase 25% do consumo global. Atualmente a segunda e a terceira maior exportadora do setor no mundo, unidas elas ficam na frente da Cutrale, que manteve a liderança ao longo dos últimos 30 anos. A nova empresa deve faturar R$ 2 bilhões este ano. A produção, para a próxima safra, é estimada em 600 mil toneladas de suco concentrado.

A Cutrale prevê para 2010 um faturamento de US$ 700 milhões, com uma produção de 400 mil toneladas de suco. O Brasil produz 1,2 milhão de toneladas de suco, mas quase tudo é exportado. O consumo doméstico é de 35 mil toneladas. Os grupos Fischer, dono da Citrosuco, e Votorantim, dono da Citrovita, terão 50% cada da nova empresa. Os valores envolvidos na transação não foram divulgados. "Estamos vivendo um momento de consolidação acelerada no setor, com menos companhias, mas com companhias mais fortes", disse o presidente da Citrosuco, Tales Lemos Cubero, que vai presidir a nova companhia.

O negócio acontece em um momento de crise para a laranja, que enfrenta a concorrência de outras bebidas. O consumo mundial do suco da fruta caiu 18,5% desde 2003. De 2,7 milhões de toneladas para 2,2 milhões de toneladas. "Hoje a laranja compete com energéticos, água de coco, chás e com o suco de outras frutas", disse Cubero. "A união vai nos dar mais eficiência e competitividade, nos permitindo fazer frente a essa concorrência."

Apesar da queda no consumo, a redução da oferta, devido à quebra de safra no Brasil e na Flórida, tem levado a um aumento no preço da commodity. A caixa da laranja hoje vale algo como US$ 7, contra US$ 3 há um ano. Para Maurício Mendes, presidente da Agra FNP e consultor do Gconci, grupo de consultores independentes em cítrus, a união de Citrosuco e Citrovita é uma das mais importantes consolidações da história do setor. "Os Estados Unidos já chegaram a ter 40 indústrias e hoje são apenas seis, incluindo as três grandes brasileiras", disse Mendes. "É um movimento reativo a essa diminuição do número de companhias", completou o consultor.

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