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Enquanto a Grécia era consumida pela turbulência política, líderes do Grupo dos 20 (G-20, que reúne as nações mais industrializadas e as principais potências emergentes do mundo) reunidos em Cannes discutiam meios de isolar a Itália, considerado o país mais provável de se tornar a próxima vítima no caso de disseminação da crise da dívida da zona do euro.

A Itália tornou-se a principal preocupação dos líderes reunidos em Cannes depois de os Estados Unidos, a China e outros integrantes do G-20 terem começado a temer que os europeus talvez não consigam evitar o colapso total da economia da Grécia – acredita-se que a quebra da Grécia envie uma onda de choque que atingiria primeiro a Itália e depois outros países.

Garantias

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, chegou cedo a Cannes para reunir-se com os demais líderes do G-20 e tentar garantir a eles que seu país dispõe de um plano eficaz de fazer frente ao crescente endividamento. O presidente da França, Nicolas Sarkozy, anfitrião da cúpula, advertiu que a credibilidade da zona do euro está em jogo e que a Itália precisa dar mais garantias de que seu pacote de redução do déficit esteja encaminhado. "A questão não é o teor do pacote, mas sua implementação", comentou Sarkozy em conversa com jornalistas depois de uma série de reuniões com líderes do G-20.

A Itália enfrenta cada vez mais dificuldade para emitir dívida a custos aceitáveis e Berlusconi encontra dificuldade para levar adiante medidas de austeridade fiscal diante do crescente descontentamento de setores trabalhistas. Economistas temem que a zona do euro não esteja preparada para lidar com o colapso de um país do porte da Itália.

"O aspecto mais importante de nossa missão pelos próximos dois dias é resolver a crise financeira aqui na Europa", disse o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em entrevista coletiva concedida no primeiro dos dois dias de cúpula. Apesar de terem manifestado a disposição de ajudar, líderes não europeus do G-20 deixaram claro o desejo de que a zona do euro primeiro saia da crise com suas próprias pernas. "A solução para os problemas da dívida europeia depende da Europa", disse o presidente chinês, Hu Jintao, a Sarkozy, segundo declaração publicada no site do Ministério das Relações Exteriores da China.

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