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Mercados

Bolsas se animam com expectativa de ação na Europa

A expectativa de que os políticos europeus vão, enfim, tomar medidas concretas para enfrentar a crise grega e dos bancos do continente fez as bolsas da Europa terem ganhos ontem, após uma semana de perdas recordes. A bolsa alemã subiu 2,87%; a francesa, 1,75%. Em Londres, o índice subiu 0,47%, puxado pelas ações de bancos. O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que a crise europeia assusta o mundo todo e que os líderes estão demorando a agir. Em Nova York, o Dow Jones teve alta de 2,53% e, no Brasil, a Bovespa subiu 0,97%.

A crise da Grécia (cujas dívidas representam mais de 140% de seu PIB) se arrasta desde maio de 2010. A União Europeia e o Fundo Monetário Internacional concordaram em conceder um empréstimo, mas exigiram cortes de gastos que afundaram ainda mais a economia do país.

Está claro que a Grécia não conseguirá pagar sua dívida. Há duas dúvidas: se o calote será organizado e quanto será perdoado pelos detentores dos títulos. Uma cifra que se especula é 50% de redução.

É nisso que trabalham os ministros de finanças da União Europeia: uma forma de organizar o calote e proteger os bancos da quebra, com injeção de capitais.

Outra medida é a elevação do Fundo de Estabilização Financeira, que tem de ser aprovada pelos Parlamentos dos países-membros e socorreria países em dificuldades. Há informações de que o fundo passaria de 400 bilhões de euros (R$ 1 trilhão) para até 2 trilhões de euros (R$ 5 trilhões).

A dificuldade está em encontrar um consenso. Na manhã de ontem, Olli Rehn, comissário de Finanças da União Europeia, afirmou que o aumento do fundo estava em estudo. À noite, o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, negou esta possibilidade. (Folhapress)

Paris - Os riscos de um desemprego prolongado estão crescendo nos países do G20, grupo dos 20 países mais desenvolvidos e em desenvolvimento, ao mesmo tempo em que a atividade econômica desacelera, mostrou um estudo da Organização Inter­nacional do Trabalho (OIT) e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) apresentado ontem, em Paris. O estudo indica que os países do G20 perderam 20 milhões de empregos com a crise financeira de 2008 e se arriscam a perder mais 20 milhões até o fim de 2012.

"Estamos muito preocupados com o que estamos vendo nos números", disse Stefano Scar­petta, chefe de análise de empregos na OCDE, logo antes de uma reunião de dois dias que ocorrerá na capital francesa com os ministros do Trabalho dos 20 países. "O emprego e as políticas sociais deveriam estar no centro de uma política de combate à situação atual", acrescentou.

A recente expansão do emprego no G20 é insuficiente para compensar os 20 milhões de empregos perdidos na crise econômica de 2008, disse Scarpetta. O emprego cresceu 1%, mas é necessária uma expansão anual de pelo menos 1,3% para suprir a falta de 20 milhões de empregos nos países do G20 até 2015. Scarpetta disse que a situação tende a piorar com a atual desaceleração da economia.

"Se a taxa de emprego crescer 0,8% até o fim de 2012, agora uma possibilidade bem presente, então a falta de empregos crescerá em mais 20 milhões de postos de trabalho para um total de 40 milhões nos países do G20", diz o relatório da OIT e da OCDE. "Isso não é apenas sobre negócios. Nós temos uma situação pela frente onde as tensões sociais vão aumentar. Isso é uma questão para o G20 porque, quando as tensões sociais crescem em um país, elas têm implicações em outro", afirmou Scarpetta.

O estudo indica que 200 milhões de pessoas estão desempregadas atualmente no mundo, a pior marca desde a Grande De­­pressão que começou a partir de 1929. A OIT e a OCDE ressaltam, no entanto, que o desempenho é desigual, com forte crescimento do emprego em países como Brasil, Alemanha e Indonésia e situação crítica em nações como a Espanha e os Estados Unidos.

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