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O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, afirmou nesta terça-feira que a existência de ingerência política é intrínseca à cadeia do petróleo. Questionado sobre o assunto durante o seminário "Os novos desafios do pré-sal", realizado nesta terça-feira pelo Grupo Estado, o executivo sinalizou que a mesma situação é enfrentada pelas principais petrolíferas globais, como Exxon, Shell, BP e Chevron entre outras. "Alguém acha que alguma empresa de petróleo grande não tem ingerência política?", disse. "Há sim, porque faz parte da natureza do petróleo", complementou.

Essa intervenção é vista principalmente nas "grandes decisões" das companhias, explicou Gabrielli. Após a declaração, o executivo defendeu os investimentos da Petrobras em diversas áreas e a política de integração, com exploração e refino associadas. "Se olharmos a história da Exxon, da Shell, elas caminharam como a Petrobras está caminhando. Elas são empresas integradas", ressaltou. "No caso da Exxon, o refino é tão importante quanto o upstream. No caso da Shell, o gás é mais importante do que o petróleo", exemplificou.

Gabrielli destacou ainda que o retorno sobre o capital empregado pelas empresas integradas, em comparação com os índices de empresas que apenas ou apenas produzem petróleo, é maior quando observado um cenário de 20 anos. "No petróleo, a integração adiciona valor", afirmou o executivo, que considera os investimentos da Petrobras na construção de novas refinarias a "descoberta de um novo pré-sal", em alusão à nova fronteira de exploração na costa brasileira.Petróleo e gás

Após o evento, Gabrielli revelou que o governo brasileiro deverá apresentar uma política industrial específica para a cadeia de petróleo e gás. "Vai vir uma política para o setor. Virá e deve ser boa", afirmou, evitando dar detalhes do que está sendo analisado pelo governo federal em parceria com a estatal.

Segundo o executivo, as medidas recentes anunciadas pelo governo "caminham em uma direção positiva", disse. Gabrielli ainda sinalizou que o governo tem uma preocupação específica com a cadeia de fornecedores. "É uma questão fundamental para o país, que precisa desenvolver sua cultura nacional. O governo está absolutamente alinhado com essa posição e está fazendo uma política nesta linha", complementou.

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