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Frentista abastece carro com gás natural: combustível perdeu desconto e ficou mais caro | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Frentista abastece carro com gás natural: combustível perdeu desconto e ficou mais caro| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Redução do imposto não evita alta do diesel

A redução da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que impediu que o aumento da gasolina nas refinarias chegasse ao consumidor, não teve o mesmo efeito sobre o óleo diesel. A alíquota sobre esse combustível já era bastante reduzida, de R$ 0,07 por litro, e o corte para R$ 0,03 por litro foi insuficiente para evitar o aumento nas bombas.

Com isso, o preço médio no país passou de R$ 1,878 em abril para os atuais R$ 2,103. Desde o início do ano, a alta acumulada é de 13%, idêntica à registrada nos últimos 12 meses. No Paraná, o aumento teve a mesma proporção, mas os preços continuam ligeiramente abaixo da média nacional: passaram de R$ 1,85 em abril para R$ 2,07 na média de agosto. Esses reajustes podem ter algum efeito, ainda que limitado, sobre a inflação, uma vez que o diesel abastece os veículos do transporte coletivo e a frota de caminhões que transporta boa parte da produção nacional. (FJ)

Embora a Petrobras não tenha reajustado gasolina e diesel na mesma medida em que o petróleo subiu no mercado internacional, a estatal registrou lucro recorde de R$ 15,7 bilhões no primeiro semestre deste ano, com alta de 44% sobre o mesmo período de 2007. Uma das razões para esse crescimento, segundo o diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura,

Adriano Pires, é a rentabilidade do segmento de exploração e produção da petroleira. "Essa divisão é a que faz o lucro da Petrobras, pois ela produz e vende o petróleo bruto para a área de abastecimento da petroleira, a cotações de mercado internacional. Então o ‘buraco’ fica com a divisão de abastecimento, que é quem vende os combustíveis prontos às distribuidoras."

O especialista acrescenta que, ao contrário do que ocorre com gasolina, diesel e o botijão de 13 quilos do gás de cozinha, os outros derivados vendidos pela companhia têm subido. "Produtos como óleo combustível, querosene de aviação e naftas petroquímicas vêm sendo reajustados praticamente todos os meses, no mesmo compasso das cotações internacionais do petróleo", observa.

É por isso, explica o analista, que as companhias de aviação têm reajustado as passagens aéreas e as indústrias que dependem das naftas reclamam da brusca redução em suas margens de lucro. Fabricantes de plástico, por exemplo, alegam estar pagando até 40% mais pela maioria de suas matérias-primas e, sem conseguir repassar esse custo ao consumidor, perderam rentabilidade.

Carros X termelétricas

Os preços do gás natural veicular (GNV) também avançaram. Por vários anos eles foram subsidiados pela Petrobras, que tinha interesse em expandir seu mercado. No entanto, a partir do momento em que a indústria e as usinas termelétricas elevaram fortemente o consumo do gás natural, a companhia, sem oferta suficiente, começou a retirar os descontos que eram oferecidos ao combustível veicular.

No Brasil, os preços do GNV começaram a subir gradualmente no primeiro semestre de 2007, e passaram a avançar com mais força a partir do início deste ano. O combustível acumula alta de 23% nos últimos 12 meses e de 21% desde janeiro.

Ao contrário do que ocorre com álcool, gasolina e diesel, o GNV vendido no Paraná costuma ser mais caro que o nacional. De todo modo, o aumento dos preços no estado só começou há dois meses e, por enquanto, foi mais modesto que no restante do país – a alta acumulada desde o início do ano é de 13%. O resultado desses movimentos foi que, após anos de forte expansão, as vendas de GNV no país recuaram 1,5% no primeiro semestre de 2008, segundo a Petrobras.

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