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Diante das oscilações do preço do álcool e da gasolina em algumas cidades brasileiras, na fronteira a alternativa é aproveitar as vantagens do combustível mais barato nos países vizinhos. Motoristas de Foz do Iguaçu e turistas que escolheram a região para passar as férias estão procurando os postos de Puerto Iguazú, na Argentina, para encher o tanque e economizar. Com o peso cotado a R$ 0,51, o litro da gasolina argentina pode variar de R$ 1,62, a comum, até R$ 2, a aditivada.

Se comparados com os preços praticados em Foz do Iguaçu, a economia ao atravessar a fronteira pode chegar a R$ 1 por litro – ou pelo menos R$ 45 para quem encher um tanque pequeno, de 45 litros. A psicóloga Sônia Martins diz que a vantagem é tanta que há semanas tem evitado abastecer no Brasil. "Com o álcool mais caro, passei a usar a gasolina já que está compensando mais também no rendimento. Em relação ao preço, na Argentina economizo mais de um tanque por mês, são quase R$ 50 cada vez que abasteço", compara. Do lado brasileiro, em alguns postos a queda no movimento se aproxima de 20%.

O que aos poucos está voltando a virar rotina para quem vive na região também atrai motoristas de outros estados e também do Paraguai. Morador de Iturama (MG), o engenheiro agrônomo Fabiano Batista aproveitou para encher o tanque em Puerto Iguazú antes de voltar para casa. "O tio da minha esposa mora em Foz do Iguaçu. Toda vez que vai para Minas Gerais abastece aqui antes de viajar e sempre comenta sobre a economia que faz. Dessa vez resolvi conferir e aproveitar a vantagem", disse, lembrando que mesmo com a espera de mais de uma hora na fila a alternativa vale a pena.

Nos quatro postos de combustíveis da cidade, as filas comuns há cerca de quatro anos desapareceram depois de o governo estabelecer preços diferenciados para argentinos e estrangeiros. A decisão pretendia frear os constantes desabastecimentos nas regiões de fronteira com o Brasil. A medida deixou de valer no ano passado e, com o real valorizado, os brasileiros já são mais de 80% dos clientes. "Nos últimos dias o movimento está tão grande que ficamos sem gasolina. Se continuar assim, acredito que logo teremos novas restrições", comentou o frentista Alberto Javier.

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