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Reajuste de combustíveis não beneficia etanol, diz Unica

O reajuste no preço da gasolina não vai aumentar a competitividade do etanol, segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). A associação que representa os produtores de álcool afirmou, por meio de nota, que o aumento de 8% do diesel "elimina qualquer benefício em potencial que o aumento da gasolina pudesse produzir para o etanol".

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A Petrobras informou nesta sexta-feira (29) que a partir da 0h de sábado (30) os preços da gasolina e do diesel serão reajustados. Para a gasolina A, o aumento é de 4% e para o diesel, 8% (média Brasil). O reajuste foi decidido nesta sexta (29) durante a reunião do conselho de administração da empresa. Segundo o fato relevante divulgado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a implementação da política de preços visa "assegurar que os indicadores de endividamento e alavancagem retornem aos limites estabelecidos no Plano de Negócios e Gestão 2013-2017 em até 24 meses, considerando o crescimento da produção de petróleo e a aplicação desta política de preços de diesel e gasolina".

Outro objetivo é alcançar, em prazo compatível, a convergência dos preços no Brasil com as referências internacionais. Outro objetivo é não repassar a volatilidade dos preços internacionais ao consumidor doméstico.

Segundo a estatal, os preços da gasolina e do diesel, sobre os quais incide o reajuste anunciado, não incluem os tributos federais Cide e PIS/Cofins e o tributo estadual ICMS. "Seguindo recomendação de seu conselho de administração, por razões comerciais, os parâmetros da metodologia de precificação serão estritamente internos à companhia. Caberá ao conselho de administração avaliar a eficácia da política de preços da Petrobras por meio da evolução dos indicadores de endividamento e alavancagem da companhia", disse a estatal, no fato relevante.

É o segundo aumento da gasolina em 2013, depois dos 6,6% nas refinarias em janeiro. Para o diesel, trata-se do terceiro reajuste, após os aplicados em janeiro e março, de 5,4% e de 5%, respectivamente. Nesta sexta, o ministro da Fazenda Guido Mantega, que preside o Conselho de Administração da Petrobras, esteve na sede da empresa, em São Paulo, reunido com o conselho, que definiu o valor do reajuste.

Alavancagem

O plano atual da estatal prevê alavancagem menor que 35%. No encerramento de setembro, a relação entre dívida e patrimônio líquido estava em 36%. Uma fonte com conhecimento do tema disse, sob condição de anonimato, que a Petrobras não fará reajustes imediatamente após o preço do petróleo subir ou recuar no exterior, mas deverá aguardar por algum período para então repassar a variação ao mercado doméstico.

O lucro da Petrobras no terceiro trimestre veio bem abaixo da previsão de analistas, com queda de 39% em relação ao mesmo período do ano passado, com impacto principalmente da importação elevada de derivados por um preço acima do praticado no Brasil.

No fim de outubro, a diretoria da Petrobras apresentou ao Conselho uma proposta de metodologia de preços prevendo reajustes automáticos e periódicos de combustíveis, mas enfrentou resistência dentro do governo, por ser vista como uma maneira de indexar a economia.

Efeito bomba e inflação

A Petrobras não divulgou uma expectativa de qual será o impacto do reajuste nos postos de combustíveis. A economista Basilik Litvac, da MCM Consultores, calcula um aumento da gasolina de 2,8% a 3% e do diesel de 6% na bomba. Na inflação oficial, o impacto total da alta dos combustíveis deve ser de 0,12% no IPCA de dezembro.

As projeções da economista estão alinhadas com as de um representante do setor de petróleo, que disse que o reajuste da gasolina terá impacto de 3% ao consumidor, enquanto o do diesel deverá variar de 6% a 7% na bomba.

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