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O gasto líquido com viagens internacionais ficou deficitário em US$ 1,129 bilhão em fevereiro, aumento de 48,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, puxado pelo crescimento dos gastos de brasileiros no exterior, que subiram 31% neste mesmo período, segundo informou nesta sexta-feira (23) o Banco Central (BC).

No mês passado, o dólar fechou o mês em R$ 1,72, mas, em março, já esta sendo operado acima de R$ 1,80. Com carnaval, que neste ano caiu em fevereiro, os gastos dos brasileiros fora do pais atingiram US$ 1,746 bilhões, alta de 31% frente ao mesmo período do ano passado e recorde para o mês.

Entre janeiro e fevereiro as despesas com turistas brasileiros no exterior atingiram US$ 3,742 bilhões, também recorde para o bimestre, com alta de 20%. Com isso, a conta de viagens teve um saldo líquido negativo de US$ 1,129 bilhão em fevereiro.

Segundo o chefe do departamento econômico do BC, Túlio Maciel, a tendência é que haja uma moderação neste mês. De acordo com dados parciais, até 21 de março a conta viagens apresenta resultado negativo de US$ 696 milhões, sendo que as despesas lá fora estão em US$ 1,146 bilhão. "O desempenho da balança comercial é que responde pelo recuo no saldo negativo em transações correntes", disse Maciel, acrescentando também a redução no fluxo de remessa de lucros e dividendos.

No entanto, com o processo de desvalorização no dólar, que incentiva viagens internacionais, o BC elevou um US$ 1 bilhão a projeção para conta viagens, que deverá fechar esse ano com déficit de US$ 15,5 bilhões.

O balanço de pagamento registrou no mês de fevereiro superávit de US 1,408 bilhão, influenciado pelo desempenho da balança comercial, pela entrada de recursos estrangeiros no setor produtivo - o chamado IED (Investimento Estrangeiro Direto) -, que totalizou no mês passado US$ 3,670 bilhões, e de uma diminuição na remessa de lucros e dividendos para fora do país.

O BC, no entanto, elevou a projeção para o déficit em transações correntes para o ano de US$ 65 bilhões para US$ 68 bilhões. Porém, as transações correntes (que englobam o desempenho da balança comercial e serviços como gasto de brasileiro no exterior) ficou deficitária em US$ 1,766 bilhão. Entre janeiro e fevereiro, este item acumula um resultado negativo de US$ 8,852 bilhões.

Ainda segundo o BC, a conta de serviços registrou resultado negativo de US$ 2,769 bilhões, o que representa alta de 24,7% acima do registrado no mesmo mês de 2011. Na conta de rendas (remessas de lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários), o resultado negativo ficou em US$ 875 milhões.

As transferências unilaterais correntes (doações e remessas de dólares que o país faz para o exterior ou recebe de outros países, sem contrapartida de serviços ou bens) registraram ingresso líquido de US$ 163 milhões. Quando o país tem déficit em conta-corrente, ou seja, gasta além da sua renda, é preciso financiar esse resultado com investimentos estrangeiros ou tomar dinheiro emprestado do exterior.

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