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Para Guido Mantega, despesas de ministérios serão reduzidas “se necessário” | Antonio Cruz/ABr
Para Guido Mantega, despesas de ministérios serão reduzidas “se necessário”| Foto: Antonio Cruz/ABr

Boletim Focus

Mercado eleva previsão de IPCA

O boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, revela que a maioria dos economistas do setor financeiro reajustou para sua cima as suas previsões para a inflação deste ano: o IPCA projetado para 2010 passou de 5,42% para 5,50%. Trata-se da 16.ª semana consecutiva que a mediana dessas estimativas é revista para cima. Ao mesmo tempo, o mercado continua elevando as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). A mudança foi de 6,06% para 6,26% no ano. A estimativa para a taxa básica de juros (Selic), porém, manteve-se em 11,75%. Mas, por causa da defasagem da implementação da política monetária, o mercado acredita que a redução será mais lenta. Os analistas esperam que a Selic encerre 2011 em 11,50% ao ano, ante expectativa de 11,25% registrada na semana passada.

Depois da divulgação da produção industrial de março na semana passada, o mercado promoveu mais uma elevação na projeção para este indicador em 2010. Agora, a estimativa de crescimento da produção da indústria é de 10,30%, ante 9,54% na semana anterior. Para 2011, o mercado segue acreditando em expansão de 5% para a indústria.

Câmbio e dívida

Para o fim de 2010, os analistas esperam o dólar cotado a R$ 1,80 e para o fim de 2011, a R$ 1,85. O mercado também manteve em 41% a projeção para a relação dívida líquida do setor público e Produto Interno Bruto (PIB) em 2010.

Das agências

Depois de um 2009 de crescimento nulo, devido à crise, o governo mostra preocupação com o atual ritmo de expansão da economia, considerado superior ao que o país pode suportar sem gerar inflação. Foi o que indicaram dois dos principais integrantes do núcleo econômico – o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Recém-saída do governo, a pré-candidata à Presidência Dilma Rousseff defendeu discurso semelhante. Os três participaram de seminário sobre infraestrutura, organizado pelos jornais Valor Econômico e Financial Times, no Rio de Janeiro.Para conter os efeitos negativos de uma expansão exagerada, o governo, segundo Mantega, estuda cortar gastos de custeio em todos os ministérios – apesar do calendário eleitoral, quando tradicionalmente os governos elevam despesas.Mantega foi um dos principais defensores da expansão de gastos públicos para evitar a recessão em 2009 – o PIB acabou recuando 0,2%. Agora, ele diz que, "se necessário", serão reduzidas despesas dos ministérios.

Os cortes desses gastos, afirma, visam reduzir o consumo interno – um dos principais componentes do PIB. Para Mantega e Coutinho, o limite de crescimento da economia seria de 6% (a previsão oficial é de 5,5%) – acima disso, o país estaria produzindo acima de sua capacidade, o que gera inflação. Os principais programas, como o PAC, os investimentos em infraestrutura e os programas sociais, serão preservados, diz Mantega.

Dilma disse que o Brasil não pode descuidar da área fiscal e defendeu a necessidade de redução da relação dívida/PIB e do déficit nominal (recursos que faltam ao governo para pagar os juros da dívida), hoje em 3,5% do PIB. Somente com isso, afirmou, será possível elevar os níveis de poupança pública – necessária para realizar investimentos – e reduzir as taxas de juros no longo prazo. Contágio "positivo"

O presidente do BNDES diz acreditar que o impacto da crise na Grécia no crescimento econômico, "se houver", será bom porque "pode moderar o crescimento do Brasil". "O problema da nossa economia hoje não é de pouco crescimento, mas de crescer demais." Fora o atraso na recuperação das exportações, Mantega vê pouco risco de contágio da economia pelos problemas na Grécia. "Houve volatilidade na bolsa, mas não vejo risco de bolhas."

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