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Obama, presidente americano: “O PIB vem mostrando nos últimos meses que a economia vem reagindo melhor do que nós pensávamos.” | Jim Watson/AFP
Obama, presidente americano: “O PIB vem mostrando nos últimos meses que a economia vem reagindo melhor do que nós pensávamos.”| Foto: Jim Watson/AFP

Europa

Desemprego bate recorde e deflação preocupa

Dados sobre emprego e inflação divulgados ontem confirmaram que a economia europeia continua em desaceleração, colocando em dúvida as perspectivas de uma retomada a partir do próximo ano. O desemprego nos 16 países do euro voltou a crescer em junho, para atingir a taxa de 9,4%, a mais alta em dez anos, enfraquecendo a demanda e empurrando os preços para baixo.

A União Europeia informou que em julho a inflação anual média do grupo dos 16 ganhou mais terreno negativo, com redução de 0,6% dos preços ao consumidor na taxa anual. No mês anterior, a queda havia sido de 0,1%. O declínio reaviva o temor de que a Europa entre em uma espiral de deflação provocada pelo desemprego e queda no consumo, que teria como consequência o prolongamento da contração econômica. E mais desemprego.

Segundo o Eurostat, agência de estatísticas da UE, mais 158 mil pessoas ficaram sem trabalho em junho, num aumento da taxa de desemprego de 1 ponto porcentual em relação a maio.

  • Veja a variação do PIB dos Estados Unidos dos últimos trimestres

Nova Iorque - Os gastos estatais bilionários adotados pelo governo de Barack Obama conseguiram frear o ritmo de contração da economia dos Estados Unidos no segundo trimestre deste ano. O Produto Interno Bruto (PIB) do país encolheu 1% no período em termos anualizados. Nos três trimestres anteriores, as quedas haviam sido de 6,4%, 5,4% e 2,7%, respectivamente.

Esta é a maior sequência de recuos desde 1947, quando o Departamento do Comércio começou a colher esses dados. A diminuição na velocidade da contração é um indicativo de que os EUA podem voltar a crescer nos próximos trimestres. A expectativa, porém, é que a recuperação seja lenta e sem a criação de novos empregos no médio prazo. O detalhamento do PIB divulgado ontem também aponta nessa direção.

Mais de um quinto da atividade econômica entre abril e junho teve como causa direta o gasto público, como o vinculado ao pacote de US$ 787 bilhões aprovado no início do ano pelo Congresso. A despesa estatal subiu 10,9% no trimestre.

Mas o consumo das famílias, que representa 70% do PIB nos EUA, surpreendeu negativamente e caiu 1,2%, depois de ter aumentado 0,6% no trimestre anterior. Também recuaram a produção e vendas de bens duráveis (7,1%) e de não duráveis (2,5%). Ambas haviam crescido no primeiro trimestre.

Os investimentos empresariais, maiores fontes para a criação de empregos em qualquer economia, também voltaram a cair, mas em ritmo bem menor. A queda foi de 8,9%, ante 39,2% no trimestre anterior.

Apesar de os números do setor privado ainda serem muito ruins, Obama reagiu com otimismo moderado diante dos resultados do PIB. "Os dados revelam que a economia estava em um estado muito pior do que imaginávamos quando assumi o governo", disse Obama. "Mas o PIB também vem mostrando nos últimos meses que a economia vem reagindo melhor do que nós pensávamos."

Algumas estatísticas divulgadas nesta semana dão peso ao argumento de Obama. As vendas de casas novas aumentaram pela quarta vez em seis meses e as encomendas industriais fora do setor de transporte também cresceram.

O PIB também revela que o processo de queima de estoques comerciais e industriais que teve início ainda no fim de 2008 está terminando, o que pode ajudar a elevar a produção industrial. Entre abril e junho, a redução de estoques subtraiu 0,83 ponto porcentual do PIB. No trimestre anterior, foram 2,36 pontos a menos.

"Os resultados sobre a diminuição dos estoques montam o palco para a volta de um PIB positivo, e provavelmente bastante decente, no terceiro trimestre", disse John Ryding, economista da RDQ Economics, em Nova Iorque. Se a diminuição de estoques pudesse ser retirada do cálculo, o PIB do segundo trimestre teria encolhido apenas 0,2%.

As exportações norte-americanas também caíram menos: 7%, ante uma redução de 30% entre janeiro e março. Já as importações, que são computadas negativamente no cálculo do PIB, recuaram 15,1%.

O Departamento do Comércio também revisou os dados completos do PIB de 2008, mostrando que o agravamento da crise a partir de setembro foi muito pior do que se imaginava. No ano passado todo, segundo o órgão, o PIB norte-americano cresceu apenas 0,4%, e não 1,1% como divulgado anteriormente.

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