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Um rombo bilionário tomou conta das principais hidrelétricas que estão em operação no país. Entre janeiro e setembro deste ano, consórcios e empresas que controlam essas usinas terão de bancar uma conta extra de R$ 16,1 bilhões, dinheiro que será usado para comprar energia de usinas térmicas e, dessa forma, garantir o volume de abastecimento que as hidrelétricas tinham se comprometido a entregar, mas não conseguiram cumprir.

A origem desse abismo está na situação hidrológica atravessada pelo país. A situação das geradoras começou a se agravar em fevereiro, quando a seca reduziu o nível dos reservatórios, elevando os preços da energia no mercado livre.

Para garantir que não faltará energia a nenhum consumidor, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) determinou, desde o início do ano, o acionamento pleno de todas as usinas térmicas à disposição. Paralelamente, o órgão reduziu a vazão dos reservatórios das hidrelétricas.

Ocorre que as hidrelétricas, que têm contratos de abastecimento de longo prazo firmados com as distribuidoras e grandes consumidores industriais, não podem deixar de honrar seus compromissos de geração. Dessa forma, são obrigadas a adquirir a energia que falta no mercado de geração de curto prazo. E o preço do megawatt-hora (MWh) nesse mercado tem sido negociado próximo do teto, entre R$ 700 e R$ 822. A exposição das geradoras no mercado à vista varia mensalmente.

O agravante dessa situação é que os donos das hidrelétricas não têm direito à compensação financeira por causa desses ajustes. Diferentemente das distribuidoras de energia, que repassam seus custos extras para a conta de luz do consumidor, cabe a cada hidrelétrica assumir seu prejuízo. Entre agentes do setor, a expectativa é de que haja, ao menos, algum tipo de financiamento para ajudar a fechar as contas.

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