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Ruy Shiozawa, do Great Place to Work Brasil: reter profissionais está mais difícil hoje | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Ruy Shiozawa, do Great Place to Work Brasil: reter profissionais está mais difícil hoje| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Caminho

O presidente do Lide Paraná, André Caldeira, destaca três aspectos fundamentais para as empresas que desejam melhorar sua gestão de pessoas:

• Construir um RH realmente estratégico, com autonomia nas decisões e participação nas reuniões diretivas e de planejamento;

• Desenvolver indicadores e avaliar os perfis profissionais necessários para posições, identificando os talentos disponíveis dentro da empresa e aqueles precisarão ser buscados no mercado;

• Promover a sustentabilidade humana, equilíbrio entre vida profissional e pessoal, para que o excesso de trabalho e responsabilidades não comprometa a produtividade.

Aceitar que a gestão de pessoas dentro das empresas não é função exclusiva dos departamentos de recursos humanos e preparar as lideranças para cuidar do capital humano. Esse é o desafio das organizações brasileiras para continuar crescendo em meio à lentidão da economia e à escassez de profissionais qualificados. O assunto fez parte do debate promovido, ontem, pelo grupo de líderes empresariais Lide Paraná, que conta com 60 empresas filiadas no estado.

Para Ruy Shiozawa, presidente da Great Place to Work (GPTW) Brasil e um dos palestrantes do evento, uma mudança de cultura está em curso nas empresas brasileiras. "Estamos diante da menor taxa de desemprego dos últimos anos e do aumento dos desligamentos espontâneos nas empresas. Isso significa que as pessoas passaram a escolher as empresas em que querem trabalhar e não o contrário."

Ao fim desse processo, segundo Shiozawa, espera-se que as empresas entendam como a valorização dos seus profissionais tem impacto positivo para o negócio e potencial para torná-las mais competitivas.

Com o aumento das oportunidades no mercado de trabalho, atrair e reter profissionais está mais difícil hoje. Contudo, as empresas que valorizam o trabalho dos seus funcionários estão um passo à frente nessa disputa. Como presidente do instituto GPTW, responsável por um ranking anual das melhores empresas para se trabalhar, Shiozawa cita o índice de rotatividade voluntária nas organizações premiadas pelo GPTW em 2012 – 11% – em oposição ao porcentual das empresas não premiadas – 19% – para ilustrar como um bom ambiente de trabalho é decisivo para a permanência dos profissinais.

Na visão do palestrante José Augusto Figueiredo, presidente no Brasil da Lee Hecht Harrison/DBM, empresa mundial de desenvolvimento de talentos, gerenciar pessoas também significa conscientizá-las de sua importância para a empresa e o negócio.

"Bons salários e benefícios não bastam mais para fidelizar os profissionais. O processo que eu proponho é o contrário: dou ferramentas, tecnologia e incentivos para que eles busquem o propósito de pertencer à organização", diz.

Custos maiores

Para aqueles que ainda não conseguem visualizar as vantagens de investir na melhoria do ambiente de trabalho, Shiozawa destaca os custos com contratação, treinamento e desenvolvimento dos profissionais. Embora difíceis de mensurar, esses gastos existem e tendem a crescer quando há mais rotatividade.

"No fim do ano passado fizemos uma pesquisa com as empresas para elencar os temas mais relevantes na visão dos empresários paranaenses. Não foi à toa que gestão de pessoas foi um dos destaques, juntamente com liderança feminina, governança corporativa e infraestrutura", explica presidente do Lide Paraná, André Caldeira.

GPTW Paraná recebe inscrições até 20 de julho

O Great Place to Work (GPTW) está com inscrições abertas para a 4.ª edição do Prêmio Melhores Empresas para Trabalhar – Paraná 2013. As empresas interessadas em participar do prêmio devem fazer a inscrição pelo site www.gptw.com.br.

O prazo para a entrega do relatório de práticas de gestão de pessoas vai até 20 de julho. Na sequência, a empresa tem até o dia 20 de agosto para entregar a pesquisa com 58 perguntas para os seus funcionários, que respondem às questões referentes ao ambiente de trabalho diretamente para o instituto GPTW.

Para concorrer ao prêmio, as empresas precisam ter sede no Paraná, mais de 50 funcionários e, no mínimo, três anos de atuação. A avaliação analisa as práticas de gestão e valorização de pessoas promovidas pelas empresas.

O ranking com as melhores empresas do estado para trabalhar é divulgado em novembro. As empresas não premiadas também recebem relatórios com a avaliação e as médias feitas pelo instituto.

A pesquisa está disponível o ano inteiro. Passado o prazo de inscrição de 2013, os dados da empresa são computados na premiação do ano seguinte. A metodologia do GPTW é aplicada em 45 países e o estudo é divulgado por algumas das publicações mais influentes do mundo, como a americana Fortune e o jornal britânico Financial Times. No Brasil, a pesquisa nacional é publicada pela revista Época.

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