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Grandes empresas da Espa­­nha estão tomando medidas drásticas para sobreviver em meio ao caos financeiro que assola a Europa. Entre os casos recentes mais chamativos, a Telefónica cancelou os dividendos pagos pela companhia, a grife Mango baixou fortemente seus preços e o Santander sacrificou seu lucro para fazer provisões de capital. Segundo especialistas, as decisões refletem desespero ante uma crise que parece agravar-se ainda mais.

O primeiro anúncio saiu na última quarta-feira, surpreendendo o mercado. A gigante das telecomunicações, Telefónica, cancelou até 2013 o pagamento de dividendos a seus acionistas e reduziu em 30% o salário de seus diretores. "Em um entorno atual de altos riscos, foi necessário tomar medidas para proteger o grupo", justificou.

A Bolsa de Madri não recebeu bem o anúncio e suas ações recuaram 8%. As medidas prometem permitir à empresa economizar aproximadamente 10,2 bilhões de euros nos próximos dois anos. Para a corretora Renta4, a decisão foi acertada devido às condições atuais de mercado.

"Há algumas empresas, como Santander ou BBVA, que estão sendo castigadas pelo risco-país, pelo simples fato de serem espanholas, o que seguramente não é justo", diz Daniel Pingarrón, analista da IG Markets. Sob a pressão das autoridades, os bancos têm efetuado grandes provisões, sacrificando os lucros anteriores.

O líder do setor bancário, o Santander, apresentou lucro trimestral em queda de 93%, de 100 milhões de euros, após 3 bilhões em provisões para cobrir "o risco imobiliário na Espanha". O gigante energético Iberdrola, por sua vez, comemora que a "atividade internacional será o motor dos resultados do grupo". A divisão da empresa fora da Espanha aporta mais de três quartos de seu lucro.

Em geral, "todas as companhias estão tentando se internacionalizar e principalmente estão tentando se conectar com mercados emergentes, na América do Sul em particular", diz Pingarrón. As que não podem fazê-lo, pagam caro.

A divisão imobiliária do grupo construtor Aciona, de grande presença na Espanha, viu seu lucro semestral perder 50,3%. Algumas empresas elegeram uma estratégia mais pragmática: a grife Mango reduziu em março seus preços em 20% para "adaptar-se à nova situação econômica".

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