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Lula, a ministra Dilma Rousseff e Jaime Ardila, da GM do Brasil | Joedson Alves/AFP
Lula, a ministra Dilma Rousseff e Jaime Ardila, da GM do Brasil| Foto: Joedson Alves/AFP

Renault quer fabricar carro popular

O presidente mundial da Renault-Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, disse ontem que a montadora pretende desenvolver um modelo específico para o Brasil. A estratégia da empresa é criar um carro popular, o que permitiria que sua participação no mercado nacional saltasse dos atuais 5% para 10%.

"Potencialmente, a demanda brasileira vai bem longe. Perto do que o mercado local poderá crescer, estamos longe do máximo. No mundo todo, somos a terceira maior montadora. No Brasil, estamos bem abaixo’’, disse Ghosn, que fez palestra na Câmara de Comércio França-Brasil, no Rio de Janeiro. Ele não revelou, no entanto, o prazo para que o novo projeto seja apresentado oficialmente.

De acordo com o executivo, o Brasil tem 150 carros para cada mil habitantes. Na avaliação dele, é razoável que essa proporção suba para entre 500 e 600 automóveis por mil habitantes no futuro. "A Nissan não cresceu no país pela falta de carros adequados. Temos que integrar nossa oferta com modelos menores e populares, como fazemos na China’’, afirmou.

Brasília - A General Motors (GM) do Brasil vai investir cerca de R$ 2 bilhões no desenvolvimento de uma nova família de veículos a serem produzidos na fábrica de Gravataí (RS), que terá sua capacidade de produção ampliada. O anúncio foi feito ontem pelo presidente da filial brasileira da GM, Jaime Ardila, em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A nova linha, chamada provisoriamente de projeto Ônix, prevê a produção de veículos de pequeno porte, cuja faixa de preço estará acima da do Celta. Com o investimento, a fábrica gaúcha passará a ter a maior capacidade de produção entre as unidades da GM no Brasil e no Mercosul, ultrapassando a de São Caetano do Sul (SP) e São José dos Campos (SP).

O executivo afirmou que, do total dos investimentos, cerca de 50% deverão ser bancados com recursos do caixa da GM no Brasil e a outra metade por bancos estatais. "Já temos, pelo menos, dois bancos interessados em financiar esses 50%: o Banrisul e o BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul)", disse Ardila.

Ao apresentar o projeto em solenidade no Palácio Piratini, sede do Executivo gaúcho, o presidente da GM no Brasil disse que a operação da futura fábrica de motores da montadora em Joinville (SC), que atrasou, deve coincidir com a entrada em atividade da nova capacidade em Gravataí. Ele considerou "altamente provável" que a unidade catarinense abasteça Gravataí com motores para os novos modelos.

A previsão da GM é de que os investimentos gerem mil empregos diretos e sete mil indiretos. "Os dois primeiros modelos da nova linha serão destinados ao mercado interno, às exportações no âmbito do Mercosul e também há perspectiva de venda para outros mercados, como a África do Sul", disse Ardila, afirmando que, na reunião, Lula ressaltou a importância do mercado africano para a venda de produtos brasileiros.

Incentivos

A ampliação da capacidade em Gravataí terá incentivos fiscais semelhantes aos que já existem hoje, com uma diferença. Segundo explicou o vice-presidente da GM no Brasil, José Carlos Pinheiro Neto, até agora 100% da produção de Gravataí tinha a prerrogativa de prorrogar em 10 anos o pagamento do ICMS. Para a ampliação, a prorrogação valerá para 75% das vendas, ou seja, para 25% do que for vendido da nova linha, o recolhimento será imediato.

O executivo acredita que a empresa venderá, neste ano, 600 mil veículos no mercado brasileiro, um aumento de 3,45% em relação ao que foi vendido em 2008. "No ano passado vendemos 580 mil, por isso imagino que neste ano deve ser um pouco mais", afirmou.

Lula

O presidente Lula aproveitou a oportunidade para dizer que o país pode, em dez anos, atingir o posto de quinta maior economia do mundo. De acordo com o ranking mais recente do Banco Mundial, elaborado com base nos dados de Produto Interno Bruto (PIB) de 2008, o Brasil tem a oitava maior economia do mundo.

Em seu discurso, Lula disse que "as empresas no Brasil estão melhores do que suas matrizes nos países desenvolvidos". A matriz norte-americana da GM enfrentou sérias dificuldades recentemente e está tocando um complexo processo de reestruturação financeira.

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