Nas últimas semanas, o designer Alexandre Magno (foto), sócio da agência curitibana Art Office, tem dedicado seu tempo para preparar um book com as descrições e informações técnicas do bar O Torcedor inaugurado no ano passado no estádio do Pacaembu, em São Paulo, ao lado do Museu do Futebol. O documento vai servir de base para um plano de negócios que pretende transformar o projeto, criado para a Ambev, em uma franquia que possa ser replicada em estádios do país todo. Um dos destaques do portfólio da agência, Magno diz que o bar é um ótimo "exemplo de como o design pode ser utilizado como instrumento de comunicação". O designer, que também tem na carteira outros grandes clientes como Nike, Philip Morris e O Boticário, conversou com a repórter Cinthia Scheffer.
Por que você considera O Torcedor uma referência?
O Torcedor é um trabalho completo, que começou ainda com a escolha do nome que não faz referência a uma faixa etária, um sexo ou um time específico. Traz uma amplitude muito grande. E a marca Brahma também é muito popular, conversa bem com o público em geral. Além disso, há uma identidade visual no ambiente todo, desde a arquitetura até o material de merchandising, e também nas peças do dia a dia, como os porta-guardanapos, por exemplo. O conjunto todo compõe essa força conceitual da marca.
A importância desse conceito da marca ganha força com a crise financeira mundial?
Sem dúvida. Nesta hora, uma boa ideia é fundamental para alavancar a empresa. O design a serviço da inovação, para trazer valores agregados à marca, ainda é algo muito novo. Mas está, cada vez mais, inserido nos planos de negócio das companhias.
Estar fora do eixo Rio-São Paulo, onde se concentram os maiores clientes dificulta o trabalho?
Pelo contrário. É muito oportuno estar fora do eixo tradicional. Traz um certo "frescor" para produzir. Os criativos ficam menos engessados, viciados na mesma coisa. Existe a dificuldade de formar bons profissionais, porque aqui, eles nem sempre estão prontos. Mas as vantagens se sobrepõem a isso.
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