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São Paulo – O acidente com o Boeing 737-800 da Gol e o jato Legacy, fabricado pela Embraer, na sexta-feira, deve contribuir para a volatilidade dos papéis das duas empresas no curto prazo, segundo especialistas. A expectativa, no entanto, é de que as ações voltem ao ritmo normal, assim que forem apuradas as causas do acidente. O que não impede que as imagens das duas companhias saiam arranhadas do episódio.

Na opinião do analista de aviação da Fator Corretora, Eduardo Puzziello, a Gol deverá ser a maior prejudicada e perder participação para concorrentes. "Ainda é cedo para falar de quem é a culpa. Mas certamente as imagens dessas empresas saem prejudicadas."

Para o analista Pedro Galdi, da ABN Amro Real Corretora, a expectativa de indenização para as famílias e a imagem da marca Gol são os principais fatores negativos para a companhia aérea. "Os papéis deverão seguir voláteis enquanto não se apurarem as causas do acidente." A expectativa é de que, com o esclarecimento, as ações da empresa voltem ao ritmo normal.

No caso da Embraer, o acidente também é negativo, já que pode trazer seqüelas para um segmento de jatos executivos, no qual a companhia tem atuado agressivamente. "O acidente pode impactar a imagem da empresa, principalmente no exterior", afirma o analista da Fator Corretora.

Para o analistas, é muito cedo para avaliar o impacto do acidente no fluxo de caixa das companhias. Mas, ele lembra que a Gol tem seguro tanto para pagar a indenização das famílias das vítimas quanto para a aeronave. "De qualquer forma, a empresa deve perder receita, já que tem uma aeronave a menos prestando serviço", completa Galdi, do ABN.

"Recomendamos aos investidores mais conservadores que reduzam suas posições em ações da Gol", afirmava ontem o HSBC em seu relatório para investidores. O comentário destaca, no entanto, que o histórico da TAM, que viu suas aeronaves Fokker 100 envolvidas em pelo menos três ocorrências graves nos últimos anos, demonstra que as dificuldades acabam sendo contornadas pela companhia. "Dessa forma, em seqüência a uma eventual forte realização nas ações da Gol, ampliada muitas vezes por uma reação psicológica diante das incertezas, não se deve desconsiderar esse movimento como uma excelente oportunidade de compra", diz o analista do HSBC Research Fábio Zagatti.

No mercado de aviação civil brasileiro, no entanto, o especialistas acreditam que o impacto não deve ser negativo. O consultor em aviação e sócio da consultoria Bain & Co., André Castellini, mantém a previsão de crescimento para o mercado de aviação entre 13% e 15% em 2006, e entre 9% e 12% para 2007. Na opinião do especialista, apesar de trágico, esse tipo de acidente não impacta a demanda pelo transporte e nem a companhia aérea envolvida no desastre.

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