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Londres – O Google anunciou que vai apagar informações referentes a bilhões de buscas feitas pelo seu site, em uma tentativa de assegurar a privacidade de seus usuários. A empresa de Mountain View – processada recentemente por violação de direitos autorais pelo conglomerado de mídia Viacom – afirmou que irá destruir gigantescos sistemas de identificação que ela mesma criou. Até a quinta-feira passada, informações do tipo "quem fez" e "quando foi feito" determinado tipo de pesquisa eram mantidas nos servidores da companhia, mas sob a nova política elas deverão ser apagadas em até 2 anos.

"A privacidade é uma das pedras fundamentais da confiança. Varreremos nossos registros e daremos anonimato às informações mantidas em nosso banco de dados", afirma o advogado do Google, Peter Fleischer. A lei de diversos países obriga empresas de informática a guardar esses dados, caso a polícia ou a Justiça precise acessá-los. No Brasil, por exemplo, provedores e, dependendo do estado, cybercafés estão sob normas dessa natureza. Fleischer diz que solicitações judiciais fazem parte da "rotina" da empresa, mas nega que a recente decisão seja uma estratégia para aliviar a pressão dos governos – que volta e meia tentam obter dados pessoais dos internautas.

No ano passado, o Google conseguiu escapar de uma dessas tentativas, quando o governo norte-americano quis forçar as empresas de internet a liberar todos os seus bancos de dados. A Casa Branca justificava a ação como sendo de segurança nacional, pois "possibilitaria identificar suspeitos de terrorismo". O executivo-chefe do Google, Eric Schmidt, chegou a classificar a demanda como "uma violação completa da privacidade dos internautas".

Grilagem

Em uma medida paralela, na quarta-feira passada, a Microsoft declarou guerra aos chamados "typo-squatters", ou "grileiros da internet" – espertinhos que compram domínios muito parecidos a marcas tradicionais. De acordo com a desenvolvedora de software, existem estelionatários especializando-se em lucrar com os erros de digitação de usuários. Contra esse novo tipo de pirata da web, a Microsoft resolveu abrir processos em diversos países.

Os "grileiros digitais" adquirem sites com nomes do tipo "gogle. com", "wykypedia.com" e "cocakola.com", enchem a página de anúncios e ganham dinheiro quando o internauta erra ao preencher a URL. "Todos os dias 2 mil domínios entram no ar apenas para se aproveitar das nossas marcas", conta Jean-Cristophe Le Toquin, advogado da Microsoft na Europa. "Existem hoje 112 milhões de domínios na web, 30% a mais que há um ano. Isso se explica, em parte, com esse tipo de atividade ilegal."

A Organização Mundial de Proteção à Propriedade Intelectual (www.wipo.int) identificou até uma disputa entre organizações de posseiros. Uma delas, a Dyslexic Domain Company pagou uma multa de US$ 46,4 mil para escapar de outros processos judiciais. "É um negócio imoral, pois se aproveita de uma propriedade alheia para lucrar, sem nenhum esforço", salienta Toquin. "Cada clique vale uns poucos centavos, mas essas organizações mantêm centenas de sites que recebem milhares de cliques."

Tradução: João Paulo Pimentel

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