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Em discurso, Dilma mostrou que apoia equipe de Mantega | Antônio Cruz/ABr
Em discurso, Dilma mostrou que apoia equipe de Mantega| Foto: Antônio Cruz/ABr

A equipe econômica está dividida em relação ao tamanho do corte que precisa ser feito no Orçamento para garantir o cumprimento do superávit primário de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) prometido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para 2013. Enquanto a Fazenda defende que o valor fique entre R$ 10 bilhões e R$ 14 bilhões, outras pastas alegam que o número deveria ser abaixo de R$ 10 bilhões, para não comprometer ainda mais o crescimento da economia, que não deve chegar nem a 3% este ano.

O dilema em torno do corte cresceu de tal maneira que Mantega cancelou duas viagens internacionais nos últimos dias (uma para a cúpula do Mercosul, no Uruguai, e outra para o encontro de ministros do G-20, na Rússia) para tratar do assunto.

Uma das variáveis que estão sendo observadas com lupa para fechar o valor do corte é o desempenho fiscal de estados e municípios. Isso porque o que esses entes deixarem de contribuir para o superávit primário terá de ser compensado pela União. A contribuição dos governos regionais para o primário de 2013 é de R$ 47,8 bilhões, ou 0,95% do PIB. No entanto, o resultado acumulado em 12 meses fechados em maio foi de apenas R$ 19,5 bilhões, ou 0,43% do PIB.

Segundo técnicos, se o primário dos governos regionais não melhorar até o fim do ano, será preciso continuar reduzindo despesas para garantir os 2,3% do PIB. Por isso, uma das possibilidades seria fazer um corte pequeno agora e depois calibrá-lo de acordo com o resultado de estados e municípios de modo que se chegue ao final do ano dentro da meta.

Mas também há no governo um pequeno grupo que já trabalha com a possibilidade de o governo não conseguir atingir o resultado primário nem mesmo com cortes. Como é preciso preservar investimentos e despesas sociais, a margem para a tesourada é pequena. Por isso, a equipe econômica teria de abater mais desonerações e investimentos do superávit além dos R$ 45,2 bilhões já anunciados, o que baixaria o esforço fiscal de 2,3% para até 1,8% do PIB.

Dilma

Ainda ontem, a presidente Dilma Rousseff resolveu dar um recado ao mercado, assegurando que a inflação fechará dentro da meta de 4,5%, com margem de tolerância dois pontos porcentuais para cima ou para baixo, e que as contas e principalmente os gastos públicos estão sob controle. Com o discurso, Dilma mostrou que apoia a equipe comandada por Mantega.

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