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Brasília – O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, saiu em defesa do aumento da arrecadação, que bateu novo recorde em outubro. A Receita arrecadou R$ 54,779 bilhões, alta real de 12% em relação a outubro do ano passado.

Paulo Bernardo atribuiu o aumento da arrecadação em 10% entre janeiro e outubro de 2007, em comparação com o mesmo período do ano passado, ao bom desempenho das empresas.

"Isso é bom, porque nós não fizemos nenhum aumento de impostos. Nós estamos com um aumento da Receita porque há mais pessoas empregadas, os salários estão melhores, o comércio vai crescer mais de 10%. Então, as pessoas estão ganhando mais e as empresas estão bamburrando de ganhar dinheiro’’, disse o ministro.

Ele rebateu a crítica de que o sistema financeiro era o mais lucrativo. "Poucos anos atrás nós tínhamos notícias de que o sistema financeiro estava ganhando muito. Hoje o sistema financeiro está ganhando e as empresas do setor não financeiro estão ganhando muito. Eu acho que é justo que, se as empresas estão ganhando mais, se estão tendo lucros, haja uma arrecadação maior’’, disse.

Gastos

Paulo Bernardo acrescentou que ainda não foi definido o destino dos R$ 5 bilhões liberados do Orçamento. A decisão de abrir os cofres, afirmou o ministro, foi tomada porque o governo também calcula uma queda no déficit da Previdência. "Vamos executar os programas que nós havíamos segurado no início do ano’’, afirmou o ministro. "Os gastos estão conforme o programado, controlados.’’

CPMF

Para Paulo Bernardo, o recorde na arrecadação não compromete o esforço do governo para aprovar a prorrogação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) até 2011. E a liberação dos recursos do Orçamento não tem ligação com a votação que caminha para a batalha final no plenário do Senado. "Quem não gosta da CPMF são os sonegadores’’, reiterou o ministro ao defender a importância do imposto.

Ipea

O ministro do Planejamento negou que o afastamento de quatro pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) tenha motivação política e procurou reforçar a "independência’’ e "autonomia’’ da instituição.

O afastamento dos pesquisadores Fabio Giambiagi, Otávio Tourinho, Gervásio Rezende e Regis Bonelli – considerados independentes e não-alinhados com o governo – foi anunciado na semana passada pela direção do Ipea, vinculado ao Núcleo de Assuntos Estratégicos, comandado por Roberto Mangabeira Unger.

"Ninguém tem a intenção de amordaçar o Ipea. O Ipea é uma instituição que tem autonomia e independência de pensamento. Sempre foi assim. O governo sempre preservou isso. Eu tenho certeza que o ministro Mangabeira e também o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, jamais compactuariam com a idéia de fazer censura, cerceamento do debate técnico do Ipea’’, amenizou Paulo Bernardo.

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