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Brasília – Após reunir-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), o ministro da Defesa, Waldir Pires, afirmou ontem que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pode financiar grupos interessados em comprar a Varig. Segundo ele, Lula está empenhado em achar uma solução para a empresa aérea "que seja viável e esteja dentro da competência do governo".

Ainda assim, ele alertou que não há prazo para uma solução. "Não há prazo. Tudo depende das conversações que venham a ser feitas em todos os setores, inclusive com os que poderão ser consorciados e ajustados ao esforço financeiro de preservação dos interesses da aviação brasileira, da Varig e das empresas", declarou Pires.

A própria ministra Dilma, que resistia em admitir que o BNDES pudesse injetar recursos na empresa, mudou o discurso e, em tom mais conciliador, falou da disponibilidade de ajuda à empresa aérea. Ela disse que "sem sombra de dúvidas, o BNDES se dispõe a entrar" (para financiar a Varig) se houver um investidor novo que dê garantias. Até então, Dilma reiterava que o governo já havia ajudado como podia ao não cobrar as dívidas da companhia, o que levou o débito mais de R$ 8 bilhões.

A possibilidade de auxílio também foi admitida pelo presidente do BNDES, Demian Fiocca, na semana passada.

Cobrança

Questionado sobre a possibilidade de a cobrança da dívida que a Varig tem com a Infraero levar a empresa aérea à falência, Waldir Pires afirmou que é obrigação da estatal cobrar o débito. "A Infraero tem de cumprir a disposição legal. Não é uma decisão cobrar ou não cobrar. É uma obrigação".

A Infraero já notificou a Varig sobre a necessidade de pagamento de R$ 133,9 milhões referentes a taxas de pouso e permanência nos aeroportos e de tráfego aéreo. Além disso, a estatal também quer receber à vista e diariamente essas taxas daqui para frente, que somam R$ 900 mil por dia. A cobrança é amparada pelo Tribunal Regional Federal do Rio de Janeiro, que derrubou liminar que dava prazo de pagamento à Varig.

Encontro

Depois da reunião no Palácio Alvorada, o ministro da Defesa se encontrou, no próprio ministério, com o juiz que cuida do processo de recuperação judicial da empresa, Luiz Roberto Ayoub, da 1.ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, com o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Sérgio Cavalieri Filho e com o diretor-geral da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi.

Após a reunião, Ayoub se manifestou contra a possibilidade de falência da Varig. "A falência à ninguém interessa. A empresa é viável." Sobre a possibilidade de a Varig ser dividida em uma empresa boa (sem dívidas) e outra ruim (com dívidas), o juiz não confirmou: "Estamos construindo uma solução, não há nenhuma definição ainda. Qualquer coisa que se fale é pura especulação".

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