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Diante do fraco desempenho da atividade econômica no primeiro semestre, o governo cortou pela metade a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, de 1,8% para 0,9%. A nova estimativa, porém, está distante da previsão de expansão de 0,3% feita por economistas de mercado consultados semanalmente pelo Banco Central.

INFOGRÁFICO: Confira as previsões da inflação e do crescimento do PIB

A nova previsão de PIB do governo foi incluída no quarto relatório bimestral de reprogramação do orçamento, divulgado ontem, pelo Ministério do Planejamento. A estimativa de PIB é usada como parâmetro para balizar receitas e despesas da União. A primeira projeção do governo era uma expansão de 2,5% do PIB neste ano. Na revisão orçamentária de ontem, o governo manteve a projeção de inflação em 6,2% para o ano, mais próximo do teto da meta (6,5%) do que os 5,3% previstos inicialmente pela equipe econômica em março.

O governo também lançou mão de novo malabarismo na tentativa de atingir as metas de controle das contas estabelecidas por ele próprio neste ano. Depois de prometer que pouparia o suficiente para cumprir a meta de economia para o pagamento de juros da dívida, o chamado superávit primário, o governo Dilma Rousseff jogou a toalha. Para fechar as contas, informou que usará mais R$ 1,5 bilhão dos lucros das empresas estatais, sacará R$ 3,5 bilhões em recursos do Fundo Soberano do Brasil (FSB) e cortará despesas que não dependem de si mesmo.

O relatório mostra que o governo elevará o uso dos chamados dividendos das empresas, de R$ 23,9 bilhões para R$ 25,4 bilhões, sem detalhar os motivos. "O aumento observado na estimativa dos dividendos se justifica pela alteração no cronograma de pagamentos por parte das empresas em que o governo é acionista", diz o relatório.

O valor previsto para 2014 é bem maior do que os R$ 17,1 bilhões recebidos em 2013 de dividendos. Em tese, quanto maior o volume de recursos repassados pelas estatais à União, menores serão os investimentos em novas plataformas, manutenção das linhas de transmissão de energia, etc.

Fundo Soberano

Criado para auxiliar o país em casos de emergência, o FSB, espécie de poupança para investimentos, voltará a ser usado pelo governo para fechar as contas à exemplo do ocorrido em 2012. O saque de R$ 3,5 bilhões no fundo deve ajudar a reduzir o impacto da revisão das estimativas de receita líquida de transferências a estados e municípios, cuja queda chegará a R$ 10,541 bilhões.

O Planejamento informou que a decisão visa "mitigar os efeitos do atual quadro econômico, caracterizado por uma perspectiva de crescimento mais baixo nesse ano".

As projeções de despesas primárias de execução obrigatória tiveram uma redução também de R$ 7,041 bilhões, resultado da diminuição na conta de Pessoal e Encargos Sociais, no auxílio à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) em plena crise energética.

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