O governo comemorou o resultado do PIB do primeiro trimestre, afirmando que ele "eleva o viés positivo" de sua projeção para o ano todo, hoje em 1,9%. Porém, a nota divulgada pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda também elenca algumas dificuldades à frente – entre elas, as taxas de juros.
Por questão sazonal, o crescimento do agronegócio não será tão forte no segundo trimestre, e as perspectivas para a indústria são fracas. O texto destaca "o recuo no fluxo de caminhões pesados, a queda na produção de automóveis e ônibus e a trajetória dos índices de confiança da indústria e empresarial", e afirma que os juros também não colaboram.
Para os serviços, diz a nota da SPE, as perspectivas seguem favoráveis para o segundo trimestre, graças ao avanço do emprego formal e da renda disponível, com a alta do salário mínimo e a desaceleração da inflação. O comunicado também cita a redução de impostos para automóveis – anunciada mas ainda não implementada.
Para o restante do ano, a equipe econômica vê vetores positivos do programa de renegociação de dívidas Desenrola, que ainda não foi lançado, do Minha Casa Minha Vida e de estímulos à indústria anunciados recentemente. Também conta com avanços das reformas fiscal e tributária. Porém, a SPE alerta que "ainda preponderam" no cenário para 2023 a desaceleração esperada para a economia global e o patamar das taxas de juros.
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