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O governo decidiu dobrar o IOF incidente sobre investimentos estrangeiros em renda fixa a partir desta terça-feira, na tentativa de brecar a recente valorização do real.

A alíquota subirá de 2 para 4 por cento, anunciou nesta segunda-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em rápida conversa com jornalistas na portaria do ministério.

"É exclusivamente para renda fixa porque achamos que há um interesse crescente dos estrangeiros nessa modalidade. Isso não altera o IOF para aplicação na bolsa, que continua em 2 por cento", disse.

"Essa é uma medida para evitar que o real se valorize e prejudique as exportações brasileiras. Essa medida vem reforçar aquilo que foi feito um ano atrás."

Em meados de outubro de 2009, o governo decidiu adotar a cobrança de 2 por cento do Imposto sobre Operações Financeiras nas aplicações de estrangeiros em renda fixa e também em ações.

À ocasião, o dólar era negociado na faixa de 1,71 real. Nos últimos dias, a moeda norte-americana vem sendo cotada abaixo de 1,70 real.

Mantega acrescentou que havia uma perspectiva no governo de que, passada a operação de capitalização da Petrobras, o fluxo de capitais para o país diminuísse --o que não se confirmou. "Eu achei que ia parar, mas continuou a pressão de valorização (da moeda brasileira)."

JURO ELEVADO

Mantega citou que o Brasil é atrativo para investimentos porque tem juro elevado, enquanto o restante do mundo está trabalhando com taxas baixas. "Isso favorece, por exemplo, a aplicação de um japonês... Ele pega dinheiro emprestado lá e aplica aqui a 10,75 por cento e ganha a diferença", comentou.

Alguns analistas consideravam que, com a disputa pela presidência da República ficando para o segundo turno, o governo pudesse esperar antes de anunciar novas medidas cambiais.

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