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O governo da Grécia elogiou neste domingo (11) o pacote de ajuda oferecido pelos países da zona do euro e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) ao país, mas disse que espera não precisar usar o montante e afirmou que continuará a emprestar dinheiro dos mercados internacionais de capitais.

"Foi uma decisão significativa tanto para a Europa quanto para a União Europeia, não apenas para o nosso país", disse em comunicado o primeiro-ministro George Papandreou. O premiê grego fez um comunicado após as notícias que os ministros de Finanças dos países da zona do euro concordaram com os termos específicos para um pacote de mais de 30 bilhões de euros para a Grécia, que incluirá contribuições posteriores do FMI e será estendido além de 2010 caso necessário.

A Grécia está sob pressão intensa dos seus parceiros europeus, dos mercados financeiros e das agências de ratings, após ter revelado no final do ano passado que o déficit do seu orçamento em 2009 ficou próximo a 13% do Produto Interno Bruto (PIB), quatro vezes mais que o teto fixado pela União Europeia de 3%.

A União Europeia pretende fixar uma taxa de juros de 5% para o empréstimo de três anos, enquanto o FMI deverá cobrar juros ao redor de 2,7% na sua parte do pacote.

A instabilidade nas finanças gregas elevou os custos dos empréstimos ao país a recordes de alta e também pesou sobre o euro.

Austeridade fiscal

O governo grego, que planeja fazer uma emissão de bônus de 1,2 bilhão de euros na terça-feira, espera que a instabilidade dos investidores se acalme, agora que detalhes do pacote de emergência vieram à tona e que Atenas se movimenta para implementar um programa de austeridade fiscal de três anos. Nesta semana, o Parlamento deverá votar uma reforma fiscal bastante atrasada e o governo também deverá discutir um plano de privatizações.

"Devemos notar que o governo da Grécia não pediu pela ativação de um mecanismo de empréstimos, mesmo que ele esteja imediatamente disponível", disse o ministro de Finanças da Grécia, George Papaconstantinou. "O objetivo, e também a nossa crença, é que continuemos a emprestar calmamente dos mercados", disse o ministro.

Contudo, o pacote anunciado neste domingo atraiu uma resposta positiva tanto de funcionários do governo quanto do principal partido de oposição, a Nova Democracia, de centro-esquerda. O vice-chefe de assuntos econômicos do partido, Christos Staikouras, elogiou o pacote como uma "evolução positiva" mas alertou que mais medidas de austeridade poderiam prejudicar a economia grega.

Staikouras se disse preocupado que medidas adicionais de austeridade sejam impostas pelos países europeus ou pelo FMI se a Grécia usar o dinheiro do pacote. "Na nossa visão, a economia e o povo gregos não poderão resistir a nenhuma medida adicional de austeridade".

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