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O Estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco: parceria entre governo, empresas e universidades atraiu investimentos à região | Divulgação
O Estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco: parceria entre governo, empresas e universidades atraiu investimentos à região| Foto: Divulgação

Reatores de 570 toneladas chegam ao Porto de Paranaguá

Dois reatores que serão utilizados na unidade de hidrotratamento de diesel da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, chegaram ontem da Índia ao Porto de Paranaguá. O peso das duas peças juntas chega a 570 toneladas. Cada uma mede 4,4 metros de diâmetro por 13,5 metros de altura.

Os dois reatores fazem parte de um lote de cinco e compõe o processo de modernização e ampliaç;ão da Repar, cujo orçamento total supera os US$ 6 bilhões. O primeiro lote, também com dois reatores, chegou em janeiro. O último deve chegar a Paranaguá na primeira quinzena de maio. O transporte das peças do porto até a refinaria terá acompanhamento especial, mas ainda não foi definida a data da operação. A subida pela BR-277 deve demorar cerca de 15 dias. O deslocamento se dará em duas etapas, sendo transportado um reator por vez.

Câmara de empresários cobra mais participação do setor público

Apesar da inércia da gestão passada do governo estadual e da lentidão da atual gestão em preparar um programa para a cadeia petrolífera, o Paraná já tem iniciativas para desenvolver a indústria do setor. Depois de uma cobrança do diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, a Federação das In­dústrias do Estado do Paraná (Fiep) criou, há cerca de um ano, a Câmara de Petróleo e Gás.

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Embora tenha demonstrado entusiasmo com a "convocação" feita na segunda-feira pelo presidente da Petrobras – José Sergio Gabrielli cobrou dos paranaenses mais empenho para participar dos projetos da estatal –, o governo estadual ainda não baixou medidas concretas para atrair empresas da cadeia produtiva do pré-sal no Paraná. Em relação a estados como Rio Grande do Sul e Pernambuco, cujos estaleiros já montam componentes e navios para a petroleira e outras empresas, o Paraná chegou com muito atraso à disputa por investimentos.

Por enquanto, o que existe no estado é um decreto, editado no apagar das luzes do governo passado, que reduz impostos para o setor naval; e, desde segunda-feira, o programa "Pontal do Pré-Sal", que tem como objetivo atrair empreendimentos da cadeia petrolífera para os municípios de Pontal do Paraná, Paranaguá, Antonina e Guaraqueçaba, no litoral do estado. No entanto, como admite o próprio governo, o programa ainda está em fase de elaboração. A princípio, ficará sob responsabilidade da secretaria da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul.

Na reunião com Gabrielli, o secretário da pasta, Ricardo Barros, afirmou que um terreno no litoral do estado será transformado, por decreto do governador Beto Richa, em área de utilidade pública, para receber os investimentos do setor. "Não é possível dar mais detalhes porque o decreto ainda está sendo estudado. Mas, assim que a parte de licenciamento ambiental sair, os investimentos vão acontecer rapidamente", diz.

Decreto em análise

Quase quatro meses após sua edição, o Decreto 9.195, publicado no Diário Oficial do Paraná em 30 de dezembro de 2010, no fim da gestão de Orlando Pessuti, ainda será tema de debates no governo. O decreto concede benefícios às companhias focadas no desenvolvimento de navios, plataformas e equipamentos pesados que vierem a se instalar no litoral paranaense.

No início do ano, o secretário da Fazenda, Luiz Carlos Hauly, demonstrou interesse em manter o incentivo. Agora, Ricardo Barros, atual coordenador do "Pontal do Pré-Sal", diz que vai discuti-lo com o governador. "Estamos estudando o decreto e ele deve ser mantido. Pensamos em incluir a exploração do pré-sal na medida, por isso ela pode ainda ser editada", explica.

Anos-luz

Apesar dos planos ambiciosos do governo, o Paraná ainda está bem atrás de outras unidades da federação em termos de participação na cadeia produtiva do pré-sal. A região de Rio Grande (RS) – onde estão sendo construídos diques e módulos para plataformas de exploração de petróleo – vive uma efervescência econômica.

"A movimentação financeira é muito grande na metade sul do estado e a área metal-mecânica é uma das mais favorecidas. Além da própria empresa que se instala na cidade, outras tantas, que prestam serviços a ela, também são atraídas. Estivemos por 30 anos estagnados aqui em Rio Grande, e agora passamos por uma modificação econômica muito forte", conta Jorge Luís Ribeiro Cesário, economista e técnico de planejamento no projeto de execução da plataforma P-63, encomendada pela Petrobras.

Nesta quarta-feira, o governador gaúcho, Tarso Genro, participa no Rio de Janeiro de um encontro com empresários do setor petrolífero, com a finalidade de "vender" o Rio Grande do Sul no "centro nervoso" da indústria brasileira do petróleo.

Outro estado que aproveita a maré é Pernambuco, onde fica o Estaleiro Atlântico Sul, o maior do Hemisfério Sul. Vinte e dois navios petroleiros estão sendo construídos na região, além de outros sete navios-sonda e um casco que será integrado a uma plataforma em construção em Rio Grande.

"Vivemos um momento ímpar no estado, com um desenvolvimento muito grande. Temos o grande desafio de atender às demandas da Petrobras e conseguimos, junto com o governo do estado e universidades, atrair novos parceiros", afirma o coordenador da divisão de petróleo e gás da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Antônio Sotero. Ao todo, a Petrobras espera ter 540 navios até 2020.

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