Por pressão do Planalto, a Petrobras voltou atrás em um negócio estimado em US$ 150 milhões: a venda de parte de uma mina de silvinita, da qual se extrai o potássio, para a empresa canadense Falcon. A jazida se localiza no município de Nova Olinda do Norte, no Amazonas. A informação foi confirmada por três ministros.
A venda da mina irritou a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pois o potássio é a matéria-prima utilizada para fabricar fertilizantes - insumo considerado estratégico para o País manter sua posição de líder na produção agrícola mundial. Segundo um técnico da área, Dilma teria pedido ao presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, que "estudasse uma forma legal de desfazer o negócio". O pedido foi feito pessoalmente pela ministra há cerca de duas semanas, mas uma fonte contou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também ficou contrariado. Ele teria orientado a Petrobras a pagar a multa contratual, o que a desobrigaria de concluir a transação. "O governo percebeu que a venda não foi boa", disse um assessor que acompanha o assunto.
A Petrobras confirmou o cancelamento. "Em relação aos direitos minerários das reservas de silvinita, localizadas no Estado do Amazonas, detidos pela Petrobras, a companhia assinou documento onde se comprometia a vendê-los a uma empresa canadense, atendidas condições preestabelecidas. No entanto, a alta administração da Petrobras, por razões estratégicas, decidiu não prosseguir com a venda, decisão esta já comunicada à referida empresa." A estatal não comentou a pressão do Planalto nem deu valores e datas da transação.
Além de cancelar a venda, a ministra Dilma também pediu ao presidente da Petrobras a construção de uma fábrica de nitrogenados, outro componente dos fertilizantes.
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