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 | Antônio Costa/Arquivo/Gazeta do Povo
| Foto: Antônio Costa/Arquivo/Gazeta do Povo

Com a imposição de restrições à compra do aço brasileiro pela União Europeia, o governo Bolsonaro prepara a reação à sua primeira batalha comercial. Uma das ideias é aproveitar o Fórum Econômico Mundial em Davos (Suíça) na próxima semana para se aproximar de outros exportadores do insumo prejudicados pela medida e organizar uma ação em conjunto contra as barreiras europeias.

De acordo com fontes do governo, o Brasil poderá procurar inclusive a China, maior produtora e exportadora mundial do produto. Isso mesmo depois de críticas feitas por Bolsonaro na campanha e dos elogios aos Estados Unidos, país que desencadeou uma guerra comercial contra os chineses que começou, justamente, com sanções contra a venda de aço.

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Segundo fontes, o Brasil também pretende recorrer a mecanismos multilaterais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC). Em um momento em que o Mercosul pretende dar prioridade à negociação de acordo comercial com a União Europeia, o governo brasileiro excluiu retaliações da lista de medidas a serem adotadas em reação às barreiras europeias.

Apesar de já estar organizando a reação, a avaliação do governo é de que o volume das exportações brasileiras atingido é pequeno e, como foram impostas cotas para a venda, a indústria ainda está em parte atendida. Segundo o serviço Broadcast do Estadão apurou, há no governo quem veja as restrições ao aço como uma “moeda de troca” que pode acabar favorecendo as negociações do acordo entre os blocos sul-americano e europeu.

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Para o presidente do Instituto Aço Brasil (IABr), Marco Polo de Mello Lopes, a decisão da UE já era esperada diante da superoferta global da matéria-prima e da guerra comercial entre China e EUA. “Já prevíamos que isso aconteceria dada essa onda protecionista e claro que todo fechamento de mercado é ruim para a nossa indústria. Nossa grande de vulnerabilidade só aumenta.”

De acordo com ele, a medida dificulta ainda mais uma possível recuperação da indústria siderúrgica brasileira, que atualmente opera com 70% de sua capacidade instalada, segundo dados do Instituto: “Se estamos com um mercado interno fraco, a saída é exportar, mas também temos dificuldade em fazer isso com essas barreiras. Nossa indústria perde competitividade e não sei o que vai acontecer.”

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