O governo precisou recorrer a um artifício contábil para conseguir cumprir a meta de economia de recursos em 2009 para o pagamento de juros da dívida, conhecido como superávit primário. Como o esforço fiscal não alcançou os R$ 42,7 bilhões exigidos para o ano passado, a solução foi incluir na conta R$ 400 milhões referentes a uma pequena parte das despesas do Programa de Aceleração da Economia (PAC).

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Mesmo em um ano de dificuldades na arrecadação, os gastos do governo central (que inclui Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência) em 2009 totalizaram R$ 572,4 bilhões – R$ 74,5 bilhões a mais que em 2008. Esse aumento de 14,96% daria para pagar os benefícios do Bolsa Família durante exatamente seis anos.

Para tentar contrabalançar o crescimento dos desembolsos em meio à queda nas receitas de tributos decorrente da crise econômica mundial, o governo ainda precisou se valer de outras manobras para raspar o tacho e tentar chegar o mais próximo possível da meta de superávit primário.

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Para completar o caixa, a principal estratégia foi turbinar o recebimento de dividendos das empresas estatais, que dobraram em 2009, somando R$ 26,683 bilhões. Só no último dia do ano, o Tesouro realizou uma troca com o BNDES e conseguiu R$ 3,5 bilhões em antigos dividendos da Eletrobrás que não tinham previsão de pagamento.